LUSO-AMERICANO ESTÁ NOS QUADROS DE ENFERMAGEM DO WHITE PLAINS HOSPITAL, NO ESTADO DE NOVA IORQUE

🖋Por HENRIQUE MANO

Está afecto como enfermeiro ao departamento de radiologia interventiva do White Plains Hospital, no estado de Nova Iorque, o luso-descendente Brendon Ribas Gonçalves, de 29 anos. O profissional de saúde juntou-se a esta unidade do grupo Montefiore Health System há 4 anos, tendo iniciado trajectória como enfermeiro rotativo, “pelo que nessa fase trabalhei basicamente em quase todas as áreas do hospital” – afirma Gonçalves, na entrevista que concedeu ao jornal LUSO-AMERICANO.

Criado em 1893, o White Plains Hospital – a cerca de 35 minutos de Manhattan – oferece todo o serviço de assistência médica, possuindo ainda um centro oncológico. Dotado de 292 camas, passam pelos seus corredores anualmente 170 mil pacientes.

Brendon nasceu em Bridgeport, no estado de Connecticut, filho de imigrantes transmontanos. O pai é natural de Chaves e a mãe da freguesia de Montalegre e Padroso, em Montalegre. Viria a fazer o liceu em Seymour, CT, “a cerca de 20 minutos de Bridgeport, onde também joguei futebol”. Continuaria formação académica ingressando na Southern Connecticut State University, transitando mais tarde para o programa de enfermagem do St. Vincent’s College, em Bridgeport. Dois anos depois da sua formatura, arranja trabalho como enfermeiro ao mesmo tempo que se matricula na Sacred Heart University, em Fairfield, onde obtém o bacharel em Ciências.

Está afecto como enfermeiro ao departamento de radiologia interventiva do White Plains Hospital, no estado de Nova Iorque, o luso-descendente Brendon Ribas Gonçalves, de 29 anos

“Depois do liceu não tinha muito a certeza do que iria fazer, só sabia que era bom a matemática e ciências”, explica. “Fui para enfermagem mais por influência da minha mãe e da minha irmã, que também é enfermeira nos cuidados intensivos”.

Durante o pico da pandemia COVID, “muitas da unidades ambulatórias do hospital encerraram e nós acabámos absorvidos por departamentos internos como pessoal de apoio”, conta Gonçalves. “Eu fui parar ao serviço de urgências várias vezes, muito embora também tenha permanecido em radiologia para procedimentos específicos a doentes COVID”.

O enfermeiro reconhece que a grande maioria dos profissionais de saúde, dada a sua rotina diária de contacto com doenças e patologias infecto-contagiosas, “acaba por não assimilar por completo o perigo que enfrenta. Quando o pico da pandemia transformou o nosso hospital em enfermarias COVID, apercebemo-nos da importância da nossa actividade e dos riscos que corríamos”.

Fachada do White Plains Hospital, no estado de Nova Iorque

Com o número de casos a subir de forma assustadora em várias regiões do país, incluindo com surtos no estado de Nova Iorque, Brendon gonçalves deixa como apelo: “Penso que todos devem continuar a tomar precauções, sobretudo em áreas públicas, nomeadamente recorrendo ao uso de máscaras e lavagem de mãos. Não se deve, contudo, ter medo de sair de casa. O mais importante é, uma vez que estamos a entrar na época da gripe, se alguém tiver sintomas de gripe ou COVID, não assumir imediatamente que talvez sejam apenas alergias e continuar a convivência em grupo. Deve, sim, ficar em casa se tiver algum sintoma e chamar o seu médico”.