🌎 PORTUGUÊS VAI PASSAR DIA DE HOJE A COLOCAR BANDEIRAS EM CAMPAS DE VETERANOS EM NOVA IORQUE
Por HENRIQUE MANO | Jornal LUSO-AMERICANO |Nova Iorque
Para George Silva, 50, há dois feriados sagrados: o ‘Memorial Day’ e o ‘Veterans Day’. “No primeiro lembramos aqueles que fizeram o sacrifício máximo pela nação e no segundo celebramos os veteranos que ainda estão entre nós”, afirma o também veterano, que nasceu em Gap, nos Alpes franceses, filho de emigrantes minhotos de Ponte de Lima.
Em tempos normais, provavelmente estaria hoje numa qualquer parada alusiva à efeméride. Mas como a COVID-19 nos pôs a vida do avesso, George Silva vai passar parte do ‘Memorial Day’ num ritual que conhece bem: a colocação de pequenas bandeiras da América em campas de veteranos.
A iniciativa de hoje está a cargo da sucursal 1666 de Yonkers da organização VFW (Veterans of Foreign Wars) e levará Silva “e dois ou três outros voluntários, agora terá de ser assim” – explica – ao St. Joseph’s Cemetery daquela cidade do condado de Westchester.
“Estamos a falar de pessoas que deram a vida pela nossa liberdade”, nota George Silva. “É o mínimo que posso fazer: mostrar respeito por eles nesta altura do Memorial Day.”
Apenas este ano, Silva e outros veteranos da sucursal de Yonkers já colocaram mais de 1800 bandeiras no St. Joseph’s Cemetery. “Também limpamos as campas dos veteranos, que estão marcadas como sendo de militares”, acrescenta. “Há já três anos que faço isto.”
Os pais de George Silva, Conceição e Aurélio, trocaram o Minho pela América em 1979, radicando-se então em Mamaroneck, NY, onde o veterano fez o liceu. Logo a seguir, alistou-se no exército norte-americano – o que o levou a integrar a Operação ‘Desert Shield’, empreendida pela administração de George H. Bush.
Depois de 18 meses no Golfo Pérsico, George Silva regressa aos EUA e ainda faz uma missão militar na Alemanha.
O destino iria ditar que vivesse, entretanto, quatro anos em Vila Praia de Âncora; no regresso aos EUA junta-se à Guarda Nacional de Nova Iorque, onde permanece no activo até 2017.
O seu respeito pelos veteranos de guerra levou-o já a participar em eventos em Manhattan e Washington, DC, “assim como em várias outra cidades mais pequenas na região metropolitana. Faço-o para que o seu sacrifício não caia no esquecimento.”
Silva também é parte do grupo de voluntários que trabalha para que um monumento aos veteranos da primeira Guerra do Golfo se erga na capital do país, ao lado do monumento em homenagem aos militares que morreram na Guerra do Vietname.
George Silva vive em Queens, NY com a esposa portuguesa (também minhota), Maria de Fátima Silva, e a filha Allison.