46ª EDIÇÃO DO DAKAR: Prova arranca hoje na Arábia Saudita

A ‘dança de cadeiras’ nas equipas de topo e a provável despedida da Audi após três anos de projecto híbrido marcam a 46.ª edição do rali Dakar de todo-o-terreno, que arranca hoje na Arábia Saudita num percurso maioritariamente novo.

Vencedor das duas anteriores edições nos automóveis (de um total de cinco vitórias que já tem), Nasser Al-Attiyah trocou a equipa oficial Toyota por um lugar na Prodrive, estrutura que actualmente faz correr os Hunter BRX e que, a partir de 2025, assume a preparação da equipa oficial da Dacia.

Na Prodrive, o príncipe qatari, de 53 anos, encontra o francês Sébastien Loeb, um dos seus principais rivais nos últimos anos e que tem, actualmente, no Dakar o principal objectivo de carreira, depois de ter deixado os ralis, especialidade em que foi nove vezes seguidas campeão do mundo (de 2004 a 2012).

‘Órfã’ de Al-Attiyah, a Toyota mantém a aposta no saudita Yazeed Al-Rajhi e no sul-africano Giniel de Villiers, vencedor em 2009, tendo contratado a jovem ‘estrela’ norte-americana Seth Quintero, que brilhou nos veículos ligeiros (SSV).

Já a Audi chega a esta edição mais ‘musculada’, no terceiro ano do seu projecto híbrido com o RS Q e-Tron, que deverá despedir-se das dunas sauditas.

Como forma de compensar os 100 quilos de peso que os Audi têm a mais face à concorrência, a organização permitiu um aumento de 15 Kw, o que se traduz em mais 20 cavalos de potência.

O aumento de potência dos Audi é uma das novidades da edição deste ano, que conta com um percurso 60% novo, novas designações das categorias e uma etapa que se disputa em dois dias, na qual a organização fornece alimentação e tendas aos pilotos, que estarão incontactáveis pelo resto do mundo e sem assistência exterior.

Ao todo, serão 7.891 quilómetros, 4.727 deles cronometrados, a disputar entre sexta-feira e 19 de Janeiro, num total de 13 jornadas [prólogo e 12 etapas].

Nas motas, a armada da KTM, liderada pelo argentino Kevin Benavides, vencedor em 2023, e pelo australiano Toby Price, comparte favoritismo com os irmãos gémeos da Husqvarna (com o argentino Luciano Benavides à cabeça).

Na GasGas, outra subsidiária da KTM, pontificam o britânico Sam Sunderland e o australiano Daniel Sanders.

A principal oposição aos austríacos deverá chegar por parte da equipa Honda, gerida pelo português Ruben Faria.

Nota ainda para a Hero, com os portugueses Joaquim Rodrigues Jr. e Sebastian Bühler e o piloto do Botswana Ross Branch.

Entre os veículos ligeiros, o português João Ferreira (Can Am) concentra atenções na categoria dos veículos derivados de série (SSV).

Nos protótipos, destaque para a presença do austríaco Lukas Lauda, filho do antigo tricampeão de Fórmula 1, Nikki Lauda (1975, 1977 e 1984), que fará a sua estreia no Dakar.

A 46.ª edição do rali Dakar de todo-o-terreno arranca hoje com um prólogo em Alula e termina no dia 19, após 12 etapas, em Yanbu.

Esta é a quinta vez consecutiva que a prova se disputa inteiramente na Arábia Saudita.