7ª CAUSA DE MORTE NO MUNDO: Demência atingirá 139 milhões de pessoas em 2050
A demência, a sétima causa de morte no mundo em 2019, afecta 55 milhões de pessoas, um número que deve aumentar para os 139 milhões em 2050, alertou esta semana a Organização Mundial de Saúde (OMS).
“Apenas um quarto dos países de todo o mundo tem uma política, uma estratégia ou um plano nacional para apoiar as pessoas com demência e as suas famílias”, salienta o relatório da OMS que analisa resposta global de saúde pública à demência hoje divulgado.
Segundo a organização com sede em Genebra, apesar de cerca de metade destes países se situar na Europa, muitos planos e estratégias nacionais para a demência necessitam de ser actualizados e renovados por parte dos respectivos governos europeus.
A demência é uma síndrome geralmente de natureza crónica ou progressiva, que leva à deterioração da função cognitiva – a capacidade de processar o pensamento – para além do esperado em circunstâncias normais de envelhecimento.
Resultante de lesões ou de doenças que afectam o cérebro, como a Alzheimer, esta condição afecta a memória, o pensamento, a orientação, a compreensão, a capacidade de aprendizagem e a linguagem, entre outras funções.
Segundo o relatório da OMS, o número de pessoas com demência está a crescer em todo o mundo, estimando-se que actualmente 55 milhões de pessoas com mais de 65 anos sofram desta síndrome, valor que deve aumentar para os 78 milhões em 2030 e para os 139 milhões em 2050.
Com mais de 14 milhões, Europa é a segunda região do mundo com maior número de pessoas com demência, atrás da região do Pacífico Oci-dental (20,1 milhões).
“O crescimento populacional e a maior longevidade, combinados com o aumento de certos factores de risco de demência, levaram a um crescimento dramático no número de mortes causadas por demência nos últimos 20 anos. Em 2019, 1,6 milhão de mortes ocorreram em todo o mundo devido à demência, tornando-se a sétima causa de morte”, sublinha o documento.
O relatório alerta ainda que as pessoas com doenças neurológicas, incluindo demência, são mais vulneráveis à infecção pelo vírus SARS-CoV-2, correndo maior risco de internamentos prolongados e de sofrerem uma forma agravada de covid-19 e de morte.
De acordo com a OMS, é assim urgente reforçar o apoio a nível nacional, tanto às pessoas com demência, ao nível dos cuidados primários e especializados de saúde, de serviços sociais, de reabilitação e de cuidados a longo prazo e paliativos, mas também no apoio aos seus cuidadores formais e informais.