OBRA DO ARTISTA PLÁSTICO CHILENO PROJETOU A IMAGEM DO BAIRRO CARIOCA DA LAPA AO MUNDO: Escadaria Selarón será palco de homenagens ao seu criador 10 anos após a morte

Todos os dias, centenas de pessoas se acotovelam para subir e descer os 215 degraus da Escadaria Selarón, no bairro da Lapa, centro histórico do Rio de Janeiro (RJ), atrás do melhor clique, da melhor selfie. Radicado no Rio, o artista plástico chileno Jorge Selarón completou 10 anos de morto na terça-feira (10). Para marcar a data, a Liga Independente dos Guias de Turismo do Rio (Liguia) realizou no dia a simbólica limpeza técnica do local, além de promover outras homenagens ao criador de uma das mais concorridas atrações turísticas da Cidade Maravilhosa.

No vaivém da escadaria, batizada informalmente com o nome do artista, é possível ouvir muitas línguas. “É um dos pontos turísticos mais visitados da cidade, com certeza, mas não temos como afirmar em que posição se encontra entre as atrações porque a visitação é aberta, não há controle. Um dos nossos objetivos é criar um mecanismo de contagem com sensor de calor para monitorar o fluxo de pessoas e dimensionar corretamente o número de visitantes”, disse o museólogo e guia de turismo André Andion Angulo, coordenador do projeto Selarón Pedaços do Mundo criado pela Liguia.

O projeto conseguiu, com o apoio do BNDES, por meio do edital Patrimônio Cultural+ lançado em 2019, arrecadar recursos para catalogar todos os 4.994 elementos cerâmicos utilizados por Jorge Selarón em sua obra, entre os quais azulejos de pelo menos 60 países e todos os cantos do Brasil, recebidos pelo artista como doação de admiradores e amigos. O acervo pode ser visto em: selaronpedacosdomundo.com.br. Há ainda um sem número de azulejos monocromáticos em verde, amarelo e vermelho ainda não catalogados.