Justiça japonesa confirma absolvição de antigos executivos de operadora da central nuclear de Fukushima

Um tribunal japonês confirmou na quarta-feira (18) a absolvição, decidida em 2019, de 3 antigos executivos da operadora da central de Fukushima, na acusação de negligência no acidente nuclear, na sequência do tsunami de março de 2011.

A decisão foi anuncia- da fora do Supremo Tribunal de Tóquio por ativistas e apoiadores dos deslocados pela catástrofe no nordeste do Japão, o pior acidente nuclear civil desde Chernobyl, na Ucrânia, em 1986.

O tribunal de recurso recusou confirmar a decisão imediatamente, uma vez que a audiência ainda estava a decorrer. Em setembro de 2019, o Tribunal Distrital de Tóquio absolveu o ex-presidente do conselho de administração da Tepco Tsunehisa Katsumata, de 82 anos,

e os antigos vice-presidentes Sakae Muto (72) e Ichiro Takekuro (76), acusados de negligência no acidente nuclear.

Conforme a acusação, que recorreram da decisão, os administradores da Tepco deviam ter parado o funcionamento da central Fukushima Daiichi muito antes do desastre de 2011, com base na informação de que o risco de um tsunami excederia a resistência da estrutura.

Os 3 ex-funcionários da Tepco, os únicos indivíduos a enfrentarem acusações criminais relacionadas à catástrofe, podiam ser condenados a cinco anos de prisão.

O caso foi construído a partir da morte de 44 doentes num hospital localizado a poucos quilómetros da fábrica durante a evacuação de emergência das instalações, em condições extremas, a 11 de março de 2011, depois do tsunami causado por um sismo submarino de magnitude 9.