Professores e Ministério em negociações há cinco meses tentam acordo esta semana
Sindicatos de professores e Ministério da Educação retomam esta semana as negociações sobre um novo regime de recrutamento e colocação de professores, depois de o ministro ter garantido “total disponibilidade” para discutir a valorização da carreira.
Desde Setembro que representantes dos docentes e do Governo tentam chegar a acordo quanto a um novo modelo de selecção e colocação de professores, que também vinha sendo pedido pelos sindicatos.
Na 5ª feira arranca a 6.ª ronda negocial e os sindicatos já fizeram saber que poderão pedir reuniões complementares visto existirem ainda matérias sem acordo à vista.
A possibilidade de os directores poderem colocar alguns professores a trabalhar em duas escolas do mesmo Quadro de Zona Pedagógica (QZP) é um dos principais pontos de discórdia.
O actual anteprojecto prevê a criação de equipas de directores, “Conselhos de Quadro de Zona Pedagógica”, responsáveis por distribuir o serviço e com poderes para colocar professores a dar aulas em dois agrupamentos quando se tratem de contratados ou de docentes do quadro com menos de oito horas letivas no horário.
No final da 5.ª ronda negocial, na passada 6ª feira, os sindicatos disseram que se a medida não caísse não haveria acordo. Para os sindicatos, os conselhos de directores devem manter apenas as funções de selecção quando há necessidades transitórias de colocação.
O outro motivo que tem levado os sindicatos a recusar qualquer acordo é a recusa do Governo em recuperar o tempo de serviço congelado durante o período da Troika.
Os professores dizem não desistir dos cerca de seis anos e meio de serviço, lembrando que o Governo “devolveu” esse tempo a quem trabalha nas escolas dos Açores e da Madeira.
Enquanto a tutela não avançar com uma proposta de calendarização para debater o assunto, os professores vão continuar em protesto, participando em manifestações e greves.