SENADO APROVA NOMEAÇÃO DE JUÍZA PORTUGUESA PARA O 2.º TRIBUNAL DE APELOS DOS EUA

Por HENRQIE MANO | News Editor | Nova Iorque

A portuguesa Maria Araújo Kahn, de 58 anos, viu esta tarde (9 de Março) aprovada perante o senado federal dos Estados Unidos a sua nomeação para um assento no 2.º Tribunal de Apelos dos Estados Unidos (a última instância antes do Supremo Tribunal), sediado em Nova Iorque. Depois de ter igualmente conseguido obter a aprovação do Comité Judicial da câmara alta, Araújo Kahn obteve agora o voto a seu favor de 51 senadores (3 dos quais republicanos).

A aprovação hoje, quinta-feira, no senado: 51 votos a favor, incluindo 3 republicanos

A juíza do Tribunal Supremo de Connecticut, a mais alta instância judicial do estado, foi indicada pelo Presidente Joe Biden, sob recomendação dos dois senadores democratas do “Estado Constituição”, e passará, agora, ao sector federal da justiça.

A juíza apresenta agora a sua demissão do actual cargo ao Governador Ned Lamont, esperando posteriormente que o processo regresse ao salão oval para assinatura final do Presidente Biden; seguidamente, dar-se-á a cerimónia de tomada de posse.

O denominado em inglês “Second Circuit Court of Appeals” funciona na baixa de Manhattan no “Thurgood Marshall U.S. Courthouse” e tem jurisdição sobre seis distritos nos estados de Connecticut, Nova Iorque e Vermont.

A juíza Maria Araújo Kahn

O 2.º Tribunal de Apelos foi criado pela Câmara dos Representantes em 1891 e inclui actualmente 13 juízes.

Maria José Violante Dias Araújo Kahn nasceu na cidade de Benguela, em Angola, filha de pais portugueses: a mãe, Teresa Araújo, é natural do Porto, no norte do país, e o pai, Manuel Araújo, é de Vil de Souto, uma freguesia portuguesa do concelho de Viseu. Tinha dez anos de idade quando a família emigrou para os Estados Unidos da América, numa primeira fase para Waterbury, no estado de Connecticut. Mais tarde, os Araújo mudar-se-iam para a cidade de Filadélfia, na Pensilvânia, onde a hoje juíza faria a escola secundária.

A sua formação académica superior inclui um bacharelado em Ciências Políticas pela New York University, em 1986, e o doutoramento em Direito pela Fordham University, três anos depois.

Ex-procuradora federal e defensora pública, a carreira de juíza de Maria Araujo Kahn inicia em 2006 com uma nomeação para o Tribunal Superior de Connecticut pela então governadora republicana M. Jodi Rell; seria duas vezes promovida, no ano seguinte, por outro governador entretanto eleito, Dannel P. Malloy – para o Tribunal de Apelos e depois para o Supremo Tribunal, e sempre confirmada pela Assembleia Legislativa de Connecticut.

A juíza é casada com o médico Benjamin Kahn e tem ainda um irmão, Rui Araújo, que fez carreira ligada ao ensino.