LUSO-AMERICANA É VICE-PRESIDENTE ADJUNTA DE DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO PARA O IRONBOUND NA “INVEST NEWARK”
Por HENRIQUE MANO | Newark, NJ
A gestora luso-americana Elizabeth da Silva, filha de emigrantes da Murtosa, distrito de Aveiro, assume papel de relevância na dinâmica da Newark Community Economic Development Corporation [https://investnewark.org], onde é vice-presidente adjunta de desenvolvimento económico para o Ironbound. A agência, também conhecida por “Invest Newark”, e de que fazem parte 12 profissionais, é um braço da administração municipal para a área do investimento no sector privado que aposta também na atracção ao investimento.
Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | A gestora luso-americana Elizabeth da Silva
“O nosso papel é dar assistência a pequenas e médias empresas interessadas em investir em Newark”, explica Elizabeth da Silva, em entrevista exclusiva ao jornal LUSO-AMERICANO. “Tanto empresas que já aqui estejam, e que procurem a sua expansão, como novas. O apoio diz respeito a todo o aspecto burocrático, do princípio ao fim da criação de uma firma ou na elaboração de um projecto de crescimento – em aspectos, por exemplo, como obtenção de empréstimos e subsídios, questões ligadas a inspecções municipais, etc. Tudo a custo zero”.
Foi no Hospital St. James, no mesmo Ironbound onde ainda vive, que nasceu a luso-americana Elizabeth da Silva, filha de emigrantes do distrito de Aveiro (o pai da Murtosa, a mãe de São Jacinto). Formada em gestão de empresas pela Fairleigh Dickinson University, em Teaneck, NJ, o seu 1.º emprego levou-a ao gigante American Express, para quem trabalhou durante alguns anos. A entrada para o sector público dá-se através do Departamento de Habitação e Desenvolvimento Económico da cidade de Newark, onde se manteve uma década, transitando depois para a “Invest Newark”.
Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | Instalações da “Invest Newark”, na baixa de Newark, NJ
A agência municipal tem estatuto de entidade sem fins lucrativos e funciona em conjunção com a administração municipal, neste caso sob orientação do “mayor” Ras J. Baraka – na elaboração de programas e fundos destinados ao investimento equitativo. “A nossa assistência é ampla e passa pela obtenção de licenças para ocupação de imóveis, localização de espaços comerciais, empréstimos bancários e cedência de terrenos e imóveis expropriados pelos bancos”, detalha Elizabeth da Silva.
Nesse âmbito, a Invest Newark “trabalha em proximidade com a comunidade empresarial portuguesa, seja no Ironbound ou em qualquer outro bairro da cidade. Estamos aqui para ajudar e, sendo uma organização sem fins lucrativos, não cobramos pelos nossos serviços, o que representa uma grande mais-valia”.
Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | Elizabeth da Silva considera que “Newark conhece um grande crescimento e que, dele, resulta também a absorção de novos sectores populacionais e a atracção de mais investimento e capital fiscal, que é muito necessário e positivo para que todos cresçamos”
Elizabeth da Silva considera que “Newark conhece um grande crescimento e que, dele, resulta também a absorção de novos sectores populacionais e a atracção de mais investimento e capital fiscal, que é muito necessário e positivo para que todos cresçamos”.
Reconhece a necessidade de mais espaço de arrendamento acessível e dá as boas-vindas ao “boom” de construção que parece ter tomado conta do Ironbound (mas não só). “Quanto mais diversa for a nossa cidade, melhor”.
A “Invest Newark” é ainda, em parte, responsável pela iniciativa “Restaurant Week”, que em, 2023 incluiu o Ironbound e que é para repetir em 2023.
De acordo com a responsável para o desenvolvimento económico do Ironbound, “a Invest Newak tem crescido e prossegue nesse caminho graças aos vários programas de assistência de que dispõe para ajuda ao empresariado”.
O facto de ter o domínio da língua portuguesa “tem sido de suma importância para o meu trabalho”, reconhece, “sobretudo em Newark. Muita gente não sabe comunicar-se noutro idioma que não seja o português ou o espanhol e poder comunicar-me com as pessoas na sua língua materna facilita bastante o processo e faz abrir os horizontes”.
