ISABEL SOUSA É A 1.ª PORTUGUESA ELEITA VEREADORA EM ROSELLE, NJ POR FORÇA DO VOTO POPULAR
Por HENRIQUE MANO | Roselle, NJ
A lisboeta Isabel Sousa foi eleita no passado dia 6 de Junho para o cargo de vereadora pelo município de Roselle, estado de New Jersey, em representação do Bairro 1. Dado que o partido republicano não possui representação política em Roselle, Isabel Sousa não terá oposição nas gerais de Novembro próximo e tem, assim, o lugar garantido, tornando-se no primeiro membro de origem portuguesa a chegar ao Conselho Municipal local, nos seus 129 anos de história.
A sua tomada de posse acontecerá em Janeiro de 2024.
Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | A vereadora-eleita Isabel Sousa na sala onde se reúne o Conselho Municipal de Roselle, NJ
Localizado no condado de Union, o município de Roselle tem cerca de 23 mil habitantes e foi criado em 1894, contando com orçamento anual a rondar os 50 milhões de dólares; entra para a história por ter sido o local onde, em 1883, o primeiro sistema de iluminação eléctrica do mundo empregando cabos aéreos começou a funcionar – construído por Thomas Edison.
“A Isabel Sousa vai trazer nova energia ao nosso Conselho e percebi isso assim que começámos a fazer campanha”, afirma o ‘mayor’ Donald Shaw em declarações ao jornal LUSO-AMERICANO. “É admirada pelas pessoas e tenho a certeza de que vai fazer um trabalho excelente em prol dos moradores do município, para além de se dedicar com afinco à comunidade.”
Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | Fachada dos edifício camarário de Roselle, NJ
A vereadora Denise Wilkerson também considera que a futura colega “vai ser um motivo de orgulho não apenas para a comunidade luso-americana, como para todos em geral. É uma pessoa bastante dedicada, que faz muito trabalho voluntário; sentada na cadeira de vereadora, vai certamente contribuir para que, juntos, possamos fazer ainda mais melhoramentos em prol dos moradores de Roselle.”
Isabel Sousa nasceu em Lisboa, Portugal, filha de Elvira e Alberto Silva, e emigrou com tenra idade para Elizabeth, onde viveu 50 anos até se mudar para Roselle. Depois do liceu em Elizabeth, frequentou a Kean University, onde se formou em Letras e Comunicações, apesar de, mais tarde, ter feito outros cursos ligados à área do ensino, leccionando há duas décadas em Elizabeth. Presentemente, está ligada à School 8 onde ensina inglês como segunda língua a alunos da pré-primária à 8.ª classe.
Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | A vereadora-eleita Isabel Sousa e o ‘mayor’ Donald Shaw, com quem vai trabalhar a partir de Janeiro de 2024
Embora a 6 de Junho passado se tenha submetido pela primeira vez ao escrutínio do voto popular, antes da pandemia Isabel Sousa chegou a ser nomeada para terminar oi mandato de vereadora de Wilkerson, que passou a vereadora-geral. “Durante a COVID-19, participei em muitas campanhas de distribuição de máscaras e alimentos e assumi um papel activo na comunidade”, conta a vereadora-eleita Isabel Sousa em entrevista ao jornal LUSO-AMERICANO. “Por isso, e pela vontade que tenho em trabalhar para que Roselle vá para a frente, o partido convidou-me a integrar a lista do ‘mayor’ e concorrer a vereadora pelo Bairro 1.”
Dada a inexistência de um comité republicano em Roselle, “quem ganha as eleições primárias do partido democrata, está eleito”, explica Sousa, que, ainda assim, entre os 3 candidatos do seu partido ao cargo, foi a mais votada – tendo mesmo derrotado o actual ocupante do cargo, Richard Villeda.
“Gostaria, como vereadora, de contribuir para a expansão da nossa comunidade empresarial e manutenção dos impostos prediais baixos, para manter aqui as pessoas”, diz Isabel Sousa. “Também gostaria de criar novos programas para a juventude e para a terceira idade e, para isso, quero criar um canal de comunicação com os moradores do Bairro 1 para ir de encontro aos seus anseios.”
A vereadora-eleita está convencida de que a inclinação para o serviço público é herança do pai, Alberto Silva, “que eu via trabalhar incansavelmente para a comunidade. Acho que até gostar de dar aulas é, no fundo, algo que desenvolvi quase inconscientemente por influência sua – tal como foi graças aos meus pais que sempre falámos português em casa e mantivemos as tradições portuguesas.”
A terminar, ressalva: “Se não fizermos a nossa parte, isto acaba tudo um dia. Desde que haja força de vontade, tudo se faz.”