Vladimir Putin diz que rebelião do Grupo Wagner só ajudou a Ucrânia
O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, acusou na 2.ª feira os responsáveis pela rebelião do último fim de semana de serem traidores e disse que as suas ações só beneficiaram a Ucrânia e aliados.
Num discurso de cerca de cinco minutos, transmitido pela televisão russa perto da meia-noite, Putin acusou os responsáveis da revolta de tentarem forçar os mercenários do Grupo Wagner a “disparar contra os seus”, numa referência aos soldados do exército russo.
Sem se referir ao líder do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, o chefe de Estado russo disse que “os inimigos da Rússia” esperavam que a rebelião armada dividisse e enfraquecesse o país, “mas eles calcularam mal”.
Apesar de terem surgido, em vídeos publicados nas redes sociais, sinais de apoio da população à revolta, Putin garantiu que a Rússia permanece unida e elogiou os mercenários por terem evitado o “derramamento de sangue”.
Horas antes, o Presi-dente russo tinha-se dirigido directamente aos mercenários do Grupo Wagner, oferecendo-lhes a possibilidade de assinarem um contrato com o exército e de “regressarem às suas famílias e entes queridos” ou de “partirem para a Bielorrússia”.
Putin teve ainda uma “reunião de trabalho” com responsáveis pela segurança do Estado, aos quais agradeceu o trabalho realizado durante a rebelião.
O Presidente dos EUA, Joe Biden, garantiu que o seu país e a NATO não tiveram qualquer envolvimento na rebelião na Rússia pelas forças mercenárias do Grupo Wagner.
Biden confirmou que realizou uma videochamada com aliados no fim de semana e que todos estão em sintonia na necessidade de não dar ao Presidente russo “uma desculpa para culpar o Ocidente” ou a NATO pela rebelião.
Na rebelião armada de 24 horas, liderada por Prigozhin, os mercenários tomaram a cidade de Rostov-on-Don e avançaram até 200 quilómetros de Moscovo.