MUNDIAL DE FUTEBOL FEMININO: Portugal é ‘outsider’ em grupo com campeãs e vice-campeãs

A selecção portuguesa feminina de futebol parte como ‘outsider’ no Grupo E do Mundial de 20-23, face ao favoritismo de Estados Unidos e Países Baixos, as finalistas da última edição da prova.

Em 2019, em França, o derradeiro Mundial fechou com o triunfo das norte-americanas sobre as neerlandesas por 2-0 e agora, quatro anos volvidos, Portugal foi sorteado no mesmo agrupamento destas duas poderosas selecções.

Como o estatuto de estreante, como a outra selecção do Grupo E, o Vietname, a formação comandada por Francisco Neto parte sem qualquer tipo de obrigação de ultrapassar a fase de grupos, mas com esse objectivo, essa vontade, face ao muito que tem evoluído.

O registo desde o início da época 2022/23, com nove vitórias, dois empates e apenas uma derrota, incluindo cinco triunfos – perante Sérvia, Turquia, Bélgica, Islândia e Camarões – em outros tantos jogos oficiais, também suporta o sonho das ‘navegadoras’.

Apesar da evolução, confirmada recentemente com um empate a zero, num particular, na casa da campeã europeia Inglaterra, Portugal ainda não está, porém, ao nível das melhores selecções do planeta, nomeadamente de Estados Unidos e Países Baixos.

As norte-americanas, que ganharam metade das oito edições, incluindo as duas últimas, e nunca falharam o pódio, são a selecção número 1 do Mundo e as principais favoritas ao triunfo na prova, pelo que também o são, naturalmente, a vencer o Grupo E.

Sob o comando de Vlatko Andonovski, que assumiu o cargo em 28 de Outubro de 2019, os Estados Unidos contam com 14 estreantes em Mundiais e nove jogadoras com anteriores participações, entre elas Alex Morgan, Megan Rapinoe e Kelley O’Hara, que vão para a quarta, e Alyssa Naeher e Julie Ertz, rumo à terceira.

O técnico de origem macedónia tem, assim, ao seu dispor uma mescla de jovens e veteranas, que têm como objectivo o ‘tri’ e o regresso aos grandes títulos, depois do bronze nos Jogos Olímpicos Tóquio2020, disputados em 2021, culpa de um desaire nas meias-finais face ao Canadá (0-1).

Se as norte-americanas ‘falharam’ depois do título mundial de 2019, as neerlandesas também não conseguiram dar seguimento ao estatuto de vice-campeãs mundiais nas competições importantes que tiveram depois.

Os Países Baixos foram eliminados nos quartos de final de Tóquio20-20 precisamente com os Estados Unidos, nos penáltis (2-4, após 2-2 nos 120 minutos), e, no Euro2022, caíram na mesma fase face à anfitriã França, no prolongamento (0-1).

Apesar das duas ‘quedas’ nos ‘quartos’, as neerlandesas mostraram sempre grande qualidade, sendo que, na Oceânia, vão ter uma grande contrariedade, face à lesão da sua avançada Vivianne Miedema (Arsenal), rainha dos golos (10) em Tóquio2020.

Mesmo assim, não falta qualidade e experiência à formação de Andries Jonker, com a presença de ‘craques’ como Lieke Mertens, avançada do Paris Saint-Germain, ou as médias Daniëlle van de Donk (Lyon) e Jill Roord (Wolfsburgo).

As norte-americanas, líderes do ranking mundial, e as neerlandesas, nonas, são, assim, as principais candidatas a seguir para os oitavos de final, com Portugal, que já trepou até ao 21.º posto da hierarquia mundial, à espreita.

Por seu lado, o também estreante Vietname, 32.º da tabela, apresenta-se como a equipa teoricamente mais fraca do agrupamento.

As vietnamitas tiveram uma qualificação complexa, em que não resistiram às principais selecções asiáticas, mais precisamente Japão (11.ª do ranking mundial), China (14.ª) e Coreia do Sul (17.ª), mas conseguiram um histórico apuramento, depois de um ‘play-off’ asiático em que superaram Taiwan e Tailândia.

O conjunto luso estreia-se face aos Países Baixos, em 23 de Julho, em Dunedin, num embate que poderá ser chave para o apuramento, defrontando depois o Vietname, no dia 27, em Hamilton, para fechar com os Estados Unidos, em 1 de Agosto, em Auckland.