Enviado dos EUA apela em Pequim a uma “ação urgente” em relação ao clima

O enviado estadunidense para o Clima, John Kerry, apelou, em Pequim, a uma “ação urgente” dos Estados Unidos e da China, os dois maiores emissores de gases poluentes e com efeito de estufa, para combater as consequências das alterações climáticas.

Kerry, que se encontrou até quarta-feira (19) na capital chinesa para retomar o diálogo entre os dois países sobre as questões climáticas, fez o apelo após uma reunião de quatro horas com o homólogo chinês, Xie Zhenhua, indicou a estação de televisão local CCTV.

“(Washington e Pequim) têm de tomar medidas urgentes numa série de frentes, particularmente no que se refere aos desafios colocados pela poluição do carvão e do metano”, escreveu o antigo secretário de Estado estadunidense na rede social Twitter após a reunião.

“A crise climática exige que as duas maiores economias do mundo trabalhem em conjunto para limitar o aquecimento global”, acrescentou.

Por seu lado, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiro da China, Mao Nung, disse aos jornalistas que as alterações climáticas “são um desafio comum a toda a humanidade”.

. Relação entre a China e os Estados Unidos:

“(A China vai) trocar pontos de vista com os Estados Unidos da América (EUA) sobre questões relacionadas com as alterações climáticas e trabalhar com eles para enfrentar os desafios e melhorar o bem-estar das gerações atuais e futuras”, acrescentou.

O diálogo sobre o clima foi interrompido há quase um ano, depois de a China o suspender para protestar contra a visita a Taiwan de Nancy Pelosi, então presidente da Câmara de Representantes dos EUA (câmara baixa do Congresso).

O ambiente político entre as duas potências parece agora ser de reto- ma, mesmo que Washing- ton queira mostrar a sua firmeza neste domínio.

No domingo (16), o conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, sublinhou que John Kerry iria à China apelar a Pequim para que “não se esconda atrás da afirmação de que é um país em desenvolvimento”, comprometendo assim o empenhamento global na luta contra as alterações climáticas.

“Todos os países, incluindo a China, têm a responsabilidade de reduzir as suas emissões”, insistiu Sullivan.

“O mundo deveria encorajar ainda mais a China, e até pressioná-la, a tomar medidas muito mais radicais para reduzir as suas emissões”, reforçou na mesma ocasião.

A segunda maior economia do mundo “ainda tem trabalho a fazer neste domínio”, afirmou ainda o conselheiro.