ALERTA: Salada pronta a consumir pode conter bactérias

O consumo regular de vegetais desempenha um papel importante na nutrição humana devido ao seu teor de vitaminas, minerais e fibras. 

Mas algumas opções podem conter bactérias nocivas, revela um estudo que analisa várias publicações internacionais.

Um trabalho publicado na revista ‘Foods’ compilou vários estudos que avaliaram vegetais minimamente processados (VMPs), também conhecidos como vegetais frescos higienizados, em busca da presença de microrganismos indicadores de falta de higiene ou causadores de doenças. 

O foco da maioria dos trabalhos tem sido a detecção das bactérias Escherichia coli, principal indicador de contaminação fecal, Salmonella spp. e Listeria monocytogenes, com taxas de prevalência variando de 0,7% a 100%, 0,6% a 26,7% e 0,2% a 33,3%, respectivamente.

O artigo também aborda surtos de origem alimentar associados ao consumo de vegetais frescos no Brasil entre 2000 e 2021. 

“Embora não haja informações sobre se eram consumidos ‘in natura’ ou minimamente processados, os dados evidenciam a necessidade de medidas de controlo para garantir produtos com qualidade e segurança aos consumidores”, apontam os autores.

O consumo regular de vegetais desempenha um papel importante na nu-trição humana devido ao seu teor de vitaminas, minerais e fibras. 

“Com a correria do dia a dia, cada vez mais pessoas procuram opções saudáveis e de preparação rápida. Nesse sentido, os VMPs têm ganho destaque no mercado mundial. Por outro lado, vegetais frescos, incluindo os minimamente processados, têm sido frequentemente associados a doenças de origem alimentar, o que gera preocupação”, observa Daniele Maffei, professora do Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP) e coautora do artigo.

“Os VMPs passam pela etapa de desinfecção na indústria, mas estudos demonstram a possibilidade de falhas que podem colocar em risco a saúde dos consumidores. É preciso um controlo rigoroso para evitar falhas no processo e a ocorrência de contaminação cruzada”, acrescenta Maffei, que integra a equipa do Centro de Pesquisa em Alimentos (FoRC), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP.