Primeiro ministro britânico rejeita assumir responsabilidade pela degradação das escolas públicas
O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, rejeitou qualquer responsabilidade pela falta de financiamento para a reconstrução de escolas que estão em risco de fechar devido à falta de segurança do betão (concreto) utilizado. Isso é completamente errado. Na verdade, uma das primeiras coisas que fiz como ministro das Finanças (2020-2022) foi anunciar um novo programa de reconstrução de escolas de 10 anos para 500 escolas”, vincou o governante, em declarações transmitidas pelo canal de TV Sky News.
Sunak referiu que o valor equivale a cerca de 50 escolas por ano. Algo que “está completamente em linha com o que sempre fizemos”, reforçou.
Um antigo secretário-geral do Ministério da Educação, Jonathan Slater, revelou à TV BBC que em 2021, o órgão pediu fundos para reconstruir 200 escolas por ano, mas só recebeu verba para 50. A polémica surgiu depois de o Governo britânico ter ordenado a 104 escolas que mantivessem parte ou a totalidade dos seus edifícios encerrados no arranque do novo ano lectivo, marcado para esta semana, por causa dos riscos de segurança associados à degradação do betão utilizado na construção dos estabelecimentos de ensino.
A medida causou pânico nas escolas, que tiveram de encontrar formas de mitigar o impacto nas aulas, mas também nos pais devido à possibilidade de alguns alunos voltarem ao ensino em regime remoto, método que foi utilizado durante a pandemia de covid-19.
Em causa está o uso frequente de betão celular auto-clavado, conhecido como RAAC, mais leve e menos dispendioso do que o betão armado normal, em escolas e em outros edifícios públicos desde a década de 1950 até meados da década de 1990.
O RAAC é também mais fraco do que outros materiais e tem uma vida útil de cerca de 30 anos, o que significa que muitas destas estruturas precisam agora de ser substituídas.
O Governo britânico está ciente do problema desde 1994 e começou a monitorizar o estado dos edifícios públicos em 2018, depois de o telhado de uma escola primária em Gravesend, Kent, ter desabado.