Mota Amaral diz que líder nacional do PSD pôs-se “em bicos de pés” nas eleições na ilha da Madeira
O dirigente histórico e fundador do PSD Mota Amaral declarou, num artigo de opinião terça- feira (26) publicado, que não tem memória de um líder nacional do partido pôr-se “em bicos de pés” nas eleições da Madeira.
O antigo presidente da Assembleia da Republica e presidente do Governo dos Açores, num artigo de opinião publicado nos três jornais diários de Ponta Delgada, considera que Alberto João Jardim, antigo presidente do governo madeirense, “nunca o teria consentido”.
“Não me recordo de ter havido em anteriores noites eleitorais, no Funchal, lideres partidários nacionais, acompanhados de outros dirigentes do mesmo nível, pondo-se em bicos de pés para aparecem na televisão, fazendo declarações políticas sobre os resultados e com antecipação sobre os líderes regionais”, afirma Mota Amaral.
O histórico do PSD considera que “agora os tempos são outros e entrou-se num clima de vale tudo”, tendo sido este um “momento penoso e particularmente infeliz” de Luís Montenegro.
Mota Amaral, referindo-se especificamente às eleições legislativas regionais de domingo (24), na Madeira, considera que a vitória social-democrata “teve um certo sabor amargo, porque falharam o objectivo declarado de confirmar a maioria absoluta que disponham no parlamento regional”.
. As coligações:
“Pelo que se viu na Madeira, as coligações não têm vitórias garantidas e até pode dizer-se que, em vez de juntar votos, acabam por dispersá-los”, refere Mota Amaral, que salvaguarda que o eleitorado “dá sinais de preferir dispersar os votos e fazer-se representar por vários partidos (…)”.
Na leitura do político português, “a consequência é a formação de maiorias parlamentares instáveis, ou de geometria variável, tornando os quatro anos de mandato num período de permanente sobressalto com exigências a esmo e acordos publicamente rasgados, coisas que se tem experiência na Região Autónoma da Madeira”.
Ele referiu-se também ao peso do CDS-PP na coligação, questionando o contributo concreto do CDS para o resultado eleitoral. Mota Amaral considera que a dinâmica do exercício do poder deveria ter-se refletido nos votos mas tal não aconteceu.
A Assembleia de Apuramento Geral dos votos das eleições legislativas da Madeira, que se realizaram no domingo (24), decorreu até terça-feira (26), no Palácio de São Lourenço, no Funchal.
De acordo com os resultados oficiais provisórios da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, a coligação formada por PSD e CDS-PP venceu as eleições legislativas regionais da Madeira, com 43,13% dos votos, mas sem conseguir obter maioria absoluta, elegendo 23 dos 47 deputados.