Conflito no Médio Oriente: França proíbe todas as manifestações pró-palestinianas 

O ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, ordenou esta quinta- feira (12) a proibição de “manifestações própalestinianas, porque são suscetíveis de gerar perturbações da ordem pública”, que poderão levar a casos de detenção de “organizadores e agitadores”. 

A ordem foi remetida aos presidentes das diferentes câmaras municipais francesas, decisão já confirmada pelo Tribunal Administrativo. 

. Actos antissemitas: 

Segundo Darmanin, as autoridades francesas já registaram “mais de uma centena de actos antissemitas”, tendo a polícia procedido a 41 interpelações. Por outro lado, cerca de 500 edifícios, entre escolas e sinagogas, estão actualmente protegidos por 10 mil polícias e gendarmes. 

No entanto, Darmanin sublinhou que “não há qualquer sinal de importação do conflito para França, nos bairros ou nas ruas”. 

A polícia de Berlim anunciou na terça-feira (10) a proibição de dois eventos de apoio à Palestina, por representarem, de acordo com as autoridades, “um perigo para a segurança e ordem pública”. Um dos eventos, de solidariedade com a Palestina, iria decorrer na praça Paris, no centro, enquanto uma manifestação iria percorrer o bairro de Neukölln, onde existe uma significativa comunidade árabe, segundo um comunicado da polícia. 

A decisão de evitar estes eventos e todos aqueles que possam ser realizados alternativamente foi tomada, uma vez que “devido à situação atual no Médio Oriente e aos crimes cometidos em situações semelhantes no passado” representam um risco para a segurança. 

A decisão surge depois de um evento da organização “Samidoun”, de apoio aos prisioneiros palestinianos, que no sábado (7) distribuiu doces aos transeuntes em Berlim para celebrar o ataque da organização islâmica Hamas contra Israel, iniciativa que foi largamente condenada pelos partidos políticos alemães, com exceção da extrema-direita e do partido A Esquerda. 

Esta quinta-feira (12), o chanceler alemão, Olaf Scholz, anunciou a proibição de actividades do movimento islamita Hamas na Alemanha, depois da ofensiva lançada no sábado (7) contra Israel, que deixou mais de 1.300 israelitas mortos. 

Num discurso no Bundestag, Scholz indicou que a Samidoun, rede de solidariedade com os prisioneiros palestinianos, também será proibida devido à polémica que surgiu após a celebração do ataque. 

É desprezível. É desumano. Contradiz todos os valores do nosso país. Não deixaremos de agir contra o ódio e o incitamento ao ódio. Não toleramos o antissemitismo”, disse Scholz.