Mau tempo e aviões proibidos de voar causam dores de cabeça em aeroportos

O mau tempo, típico desta estação do ano mas a que já não estávamos habituados e de forma tão severa, causou dores de cabeça aos viajantes que passaram pelo Aeroporto Internacional Newark Liberty, esta semana.

Houve quase 200 voos cancelados ou atrasados na passada quarta-feira, de acordo com a ‘FlightAware’. A partir das 14:00 horas foram contabilizados 127 atrasos e 64 cancelamentos.

As culpadas foram nada mais, nada menos, que a neve e chuva gelada, que se fizeram ver e sentir, acumulando-se pelo estado de New Jersey.

A Autoridade Portuária de Nova York e os outros dois principais aeroportos – LaGuardia e JFK – também tiveram interrupções nos seus voos devido ao clima, segundo relatos das autoridades na passada terça-feira.

No entanto, também há outro factor por trás das dores de cabeça em Newark.

Muitos dos atrasos e cancelamentos no Aeroporto de Newark foram voos da United Airlines. A United – que mantém um ‘hub’ em Newark – anunciou recentemente que iria suspender “temporariamente o serviço” de alguns dos seus aviões depois que a Administração Federal de Aviação (FAA) ordenar que eles ficassem em terra.

A United e a Alaska Airlines detêm 171 aeronaves do modelo Boeing 737 MAX 9, o mesmo envolvido no incidente de 5 de Janeiro, que obrigou a uma aterragem de emergência após a descolagem de Portland, Oregon, devido a uma porta se ter soltado a 16 mil pés de altitude.

Alguns dos passageiros que se encontravam na aeronave foram tratados com ferimentos que não ameaçavam as suas vidas, no entanto, logo após, vários destes entraram com uma ação judicial contra a Alaska Airlines.

A agência federal encontra-se a investigar mais sobre as práticas de fabricação e as linhas de produção da Boeing, incluindo aquelas envolvendo a subcontratada Spirit AeroSystems, que fabrica e inicialmente instalou a peça que se soltou durante o incidente.

A United Airlines emitiu uma declaração sobre a ordem da FAA e os aviões que ficaram em terra desde o dia 6 de Janeiro, escrevendo que “a segurança é sempre nossa principal prioridade”.

“Estamos a trabalhar directamente com os clientes afectados para encontrar opções alternativas de viagem”, disse a empresa na altura.

Os voos operados com as aeronaves do modelo 737 MAX 8 não foram afectados pelo pedido da Administração Federal de Aviação, acrescentou a companhia aérea como forma de esclarecimento.