O PORTUGUÊS DE WASHINGTON, DC COM UM PÉ NA CONSTRUÇÃO CIVIL E OUTRO NO CINEMA
OPor HENRIQUE MANO | Silver Spring, MD
A sua vida dava um filme. Mas o que o emigrante algarvio Florentino Gregório gosta mesmo, é de histórias de vida fictícias nas telas do cinema. Como a do seu mais recente filme – “A Town Called Purgatory”, um enredo de cowboys que teve estreia esta quinta-feira no cinema AFI Silver, em Silver Spring, MD – a meros 20 minutos da capital americana, Washington, DC.
“Desde pequeno que a Sétima Arte me fascina”, confessa o empresário Algarvio, natural de Faro, estabelecido há precisamente 50 anos nos Estados Unidos, em entrevista ao jornal LUSO-AMERICANO. “Ainda me lembro da primeira vez que vi os Óscares, aos 12 anos, quando cheguei à América”.
Assim que conseguiu poupar umas coroas, “a primeira coisa que fiz foi comprar uma câmara de filmar de 8 milímetros – a cores e com som, nos anos 70”.
Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | Florentino Gregório no AFI Silver, a sala de cinema onde quinta-feira estreou a sua mais nova película
E mesmo orientado pelo destino para o sector da construção civil, onde hoje está estabelecido com uma empresa sólida em Washington, DC – a ‘Anchor Construction’ [https://anchorconstruction.com], a Sétima Arte não lhe escaparia… “Há dez anos conheci algumas pessoas ligadas à indústria cinematográfica e logo me voltei a entusiasmar”, diz, “resolvendo envolver-me na produção de filmes independentes aqui na zona”.
Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | Florentino Gregório com a sua equipa Anchor Construction
Hoje tem o nome inscrito, como produtor-executivo, nas películas “Bill Tillman and the Outlaws”, “A Comedy of Horrors (Volume 1)”, “The Marshal” e “A Town Called Purgatory” – para além de também ter investido no filme “Variações”, sobre o cantor António Variações, do realizador português João Maia.
O emigrante algarvio conta ainda ter já na calha o próximo filme, “que foi rodado em Abril de 2023 e que está em fase de pós-produção”.
Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | Florence no Gregório e a esposa na estreia da película
Quanto a “A Town Called Purgatory”, realizado por Matt Servido, com argumento de Ken Arnold e Dan de Luca e com Jeff Ricketts e Ken Arnold no elenco, revela ter sido filmado na Áustria “durante o período da COVID-19, mas que só agora pôde ser estreado”.
Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | Na estreia de “A Town Called Purgatory”
Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | Na estreia de “A Town Called Purgatory”
Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | Na estreia de “A Town Called Purgatory”
Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | Na estreia de “A Town Called Purgatory”
Não sendo actor, o empresário diz: “sempre que invisto num filme, gosto de fazer uma pequena participação, nem que seja como figurante”.
Entre os seus projectos, está desenvolver uma co-produção entre Portugal e os EUA, “possivelmente sobre Vasco da Gama ou com a emigração como pano de fundo, mas numa perspectiva diferente daquela que tem sido abordada até agora”.
Com admiração especial pelo actor luso-americano Tom Hanks (“gostava muito de o ver num filme meu, um dia”), Florentino Gregório – que vive no estado de Virgínia – não esconde que, “se puder viver um dia sem depender da construção civil, dedicar-me-ia a tempo inteiro ao cinema. Pode ser que um dia aconteça”.