Ministério Público francês pede julgamento de antigo chefe da Flash Airlines, referente à queda do Boeing 737 no Egito, que matou 140 pessoas
O Ministério Público francês pediu o julgamento em França do antigo chefe da companhia aérea egípcia Flash Airlines no caso da queda do Boeing 737 no Egito, em 2004. O avião despenhou-se no Mar Vermelho matando 140 pessoas, 135 das quais franceses, e 13 membros da tripulação.
O inquérito judicial, aberto no dia da tragédia, foi arquivado pela primeira vez em 2017.
As famílias das vítimas recorreram ao Tribunal de Recurso de Paris, que em 2019 ordenou a um juiz
francês que retomasse a investigação, considerando “insuficientes” as tentativas levadas a cabo durante o inquérito para obter explicações do antigo presidente do Conselho de Administração da Flash Airlines.
O chefe da companhia aérea egípcia, Mohamed Nour, que durante muito tempo não respondeu à justiça francesa, foi colocado sob o estatuto de testemunha em Setembro de 2021, e três meses depois, foi acusado formalmente de homicídio involuntário.
Nas alegações, o Ministério salienta que as “numerosas falhas, cálculos aproximados e análises sumárias” dos dois pilotos que morreram no acidente constituem “a causa directa” do acidente.
A Flash Airlines foi acusada de falta de formação dos pilotos e de más condições de trabalho. No entanto, nem a própria nem os pilotos, que morreram no acidente, podem ser responsabilizados penalmente.
Em contrapartida, o seu chefe, na qualidade de representante legal da companhia, pode ser julgado por homicídio involuntário, por não ter assegurado repouso e formação suficiente da tripulação.
A decisão final cabe aos dois juízes de instrução responsáveis pelo caso.