Tensões na França após Macron antecipar eleições legislativas
As tensões políticas em França estão ao rubro, tanto à direita como à esquerda, dois dias após o Presidente francês, Emmanuel Macron, ter dissolvido a Assembleia Nacional na sequência da derrota das eleições europeias de domingo, ganhas pela extrema-direita.
Neste contexto, Macron adiou por 24 horas a conferência de imprensa, inicialmente prevista para terça-feira, destinada a revelar o seu “rumo” para a França, face aos sucessivos apelos ao voto na extrema-direita, e apenas a 18 dias antes da primeira volta da campanha legislativa mais curta da história da Quinta República.
Entretanto, “a clarificação política pedida no domingo pelo Presidente da República está em curso”, segundo a Presidência, e “as forças republicanas de um lado e as forças extremistas do outro estão a posicionar-se”.
De acordo com uma sondagem publicada na segunda-feira, o Ras-semblement National (extrema-direita), cujo presidente Jordan Bardella venceu as eleições europeias, tem 34% das intenções de voto para a primeira volta de 30 de Junho. Isto dar-lhe-ia uma maioria relativa na segunda volta, realizada a 7 de Julho, com 235 a 265 deputados.
Os “macronistas”, com 19%, só poderiam contar com 125 a 155 lugares, contra 115 a 145 para a esquerda, creditada com 22% sob a sua nova bandeira unida, a “Frente Popular”.
Uma outra sondagem divulgada esta terça-feira mostra que a grande maioria dos franceses, mais concretamente 66%, estava satisfeita com a dissolução da Assembleia Nacional anunciada na sequência das eleições europeias.