Putin vai assinar tratado de parceria estratégica com Kim Jong-Un
Vladimir Putin aprovou o projecto de um tratado de parceria estratégica global com a Coreia do Norte, anunciou esta terça-feira o Kremlin. Tenciona agora assinar o mesmo, na presença do líder Kim Jong-un, durante a visita de Estado de dois dias ao país.
O conselheiro de Putin para a política internacional , Yuri Ushakov, disse na segunda-feira que o novo tratado irá substituir os assinados entre Moscovo e Pyongyang em 1961, 200 e 2001.
O documento terá em conta “todos os princípios universais do direito internacional, não terá um carácter de confronto, não será dirigido contra nenhum país e terá como objectivo garantir uma maior estabilidade na região do nordeste asiático”, disse Ushakov.
A viagem de Putin ao país vizinho realiza-se a convite de Kim, que visitou a Rússia em 2023.
A Coreia do Norte tem sido acusada pelos Estados Unidos e aliados ocidentais de fornecer munições à Rússia para utilização na guerra contra a Ucrânia.
Em troca, a Rússia fornece assistência tecnológica, diplomática e alimentar à Coreia do Norte.
Moscovo e Pyongyang são aliados desde o fim da Guerra da Coreia (1950-1953), mas tornaram-se mais próximos desde que a Rússia invadiu a Ucrânia.
Horas antes da chegada a Pyongyang, Putin saudou o “apoio firme” da Coreia do Norte à operação militar russa na Ucrânia, que agradeceu.
“A Rússia apoiou [a Coreia do Norte] e o seu povo heroico na luta para defender o seu direito de escolher o caminho da independência”, escreveu Putin num artigo publicado pelo diário oficial norte-coreano Rodong Sinmun e pela agência KCNA.
Putin aludiu à luta dos norte-coreanos contra um “inimigo astuto, perigoso e agressivo” na guerra da Coreia, em que a então União Soviética e a China apoiaram as forças norte-coreanas contra uma força internacional liderada pelos Estados Unidos.
Prometeu ainda que a Rússia irá apoiar os norte-coreanos “infalivelmente no futuro”.
A aliança entre a Rússia e a Coreia do Norte é vista como uma ameaça pelo Ocidente. A visita “mostra até que ponto Putin e Moscovo estão agora dependentes de países autoritários em todo o mundo”, comentou o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg.