ELIZABETH, NJ | Conheça as novas finalistas da Escola Amadeu Correia

Por ANGÉLICA PINTO | Elizabeth, NJ

A Escola Amadeu Correia, escola portuguesa da cidade de Elizabeth fundada em 1955, realizou há algumas semanas a sua festa de final de ano lectivo 2023/2024. Nesta edição do jornal Luso-Americano apresenta-nos as suas quatro finalistas, que completaram o 9.º ano de escolaridade.

Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | As finalistas completaram o 9.º ano de escolaridade na escola portuguesa de Elizabeth

Sofia Matos tem 16 anos, nasceu em Livingston, NJ e actualmente vive em Elizabeth. É filha de pais portugueses: o pai minhoto é natural de Barcelos, e a mãe, da Serra da Estrela.

Começou a estudar na Escola Amadeu Correia por decisão dos seus pais, já que o seu irmão Tiago Matos, actualmente professor na mesma escola, também já tinha completado os nove ano Sofia frequenta a Alexander Hamilton Preparactory Academy, também localizada em Elizabeth, e diz que no futuro gostava de ser fisioterapeuta, especializada na área do desporto.

Considera que ter aprendido a falar português e ter frequentado a escola portuguesa para a ajudar a aperfeiçoar o idioma foi algo positivo para si e que a destaca dos outros. “Eu quero ir para Portugal estudar. Quero pelo menos completar lá um ano e acho que é uma mais valia eu saber falar português, estando no país de origem da língua portuguesa… mas também cá, porque estou muito envolvida na comunidade portuguesa. Ajuda-me bastante a falar com os mais idosos que não sabem falar inglês”, explicou.

São exemplos de actividades que realiza na comunidade, o facto de ler na Igreja de Nossa Senhora de Fátima em Elizabeth; ser presidente do grupo “Juventude de Deus” da mesma igreja; ser membro do grupo de bombos “Os Rouxinóis” da Casa do Minho”, e do rancho folclórico da mesma casa.

Da Escola Amadeu Correia leva ainda memórias da sua professora. “A maior parte do tempo tive aulas com a dona Carla… ela ajudou-me bastante. A crescer no meu aprendizado da língua e de Portugal. Sempre gostei de vir às aulas dela porque ela fazia piadas e ajudava muito”, dizendo ainda que fica triste por o seu percurso lá ter terminado.

Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | A finalista Sofia Matos gostava de, num futuro próximo, estudar em Portugal e tornar-se fisioterapeuta especializada na área do desporto. Está muito envolvida em grupos e associações na comunidade portuguesa de Elizabeth e Newark

Letícia Ferreira tem 17 anos, nasceu em Newark, NJ mas vive em Elizabeth. Os seus pais são ambos de Leiria, mas conta que o seu pai foi anteriormente emigrante em França.

Frequenta o David Beasley High School, em Kenilworth, no condado de Union. No futuro gostava de ser engenheira no ramo da Inteligência Artificial.

Nem sempre frequentou a Escola Amadeu Correia, tendo o seu percurso iniciado na Escola Portuguesa de Union, graças à sua mãe que gostava que ela aprendesse mais sobre o idioma e o melhorasse para “quando fosse a Portugal conseguir comunicar com os tios, primos e avós”. A pandemia e as aulas apenas em formato online fizeram-na mudar-se para a escola de Elizabeth.

Daqui leva consigo os amigos, com quem sabe que vai continuar a manter contacto. E ainda o idioma, que a pode ajudar no seu futuro já que gosta “muito de computadores e também de escrever. Acho que saber português é algo bom. É uma forma diferente de me saber expressar”.

Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | Letícia Ferreira para além de participar no coro e grupo de teatro da sua escola, gosta muito de computadores e escrever. No futuro gostava de ser engeheira na área da Inteligência Artificial

Catarina Ribeiro Fernandes tem 17 anos, também nasceu em Newark, NJ e vive em Elizabeth. É filha de mãe lisboeta e o seu pai é natural de Castelo Branco.

Frequenta a Frank J. Cicarell Academy em Elizabeth, onde se destaca por fazer parte do grupo de debate, e já ter participado em competições em várias universidades de renome, como é exemplo Harvard, Princenton e a Universidade da Pensilvânia.

Começou por frequentar a escola portuguesa com 8 anos “quando estava no segundo ou terceiro ano da escola americana”, tudo porque o seu avó insistiu na ideia de que devia fazer algo ligado com a comunidade portuguesa. “Ou começava a ter aulas ou participava no rancho” compartilhou, acrescentando que escolheu a primeira opção apesar de já saber falar a língua mas tendo “dificuldades em escrever e ler”.

No futuro está ainda indecisa sobre que gostava de seguir. “Gostava de ser advogada mas também gostava de ir para Portugal. Se eu estudasse para ser advogada cá já não o conseguiria fazer”, começou por dizer. “Agora estou a tentar mudar de ideias e a pensar ser engenheira, porque assim poderia estudar cá e ir para Portugal no futuro, se eu quisesse. (…) Gosto de criar coisas e ajudar pessoas… mas vamos ver. Estou agora no 11.º ano da escola americana então ainda tenho mais um ano para decidir”, completou.

Ter feito muitas amizades fez com que continuasse a querer frequentar a escola durante os 9 anos. Desta leva as memórias das festas realizadas no final do ano lectivo, dizendo que se relembra sempre delas por gostar “muito de ver outras turmas a fazerem apresentações – danças, músicas, teatro, ou poesias – gosto muito dessas coisas e de apresentar. Este ano ajudei a apresentar a festa no clube e foi muito fixe”.

Gosta de ler, pintar, desenhar, aprender coisas novas e passar tempo ao ar livre.

Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | Catarina Fernandes está indecisa entre uma carreira na área do direito ou engenharia. Actualmente faz parte do grupo de debate da sua escola e já competiu em várias universidades de renome do estado de New Jersey

A última das quatro finalistas é Gabriela Marto, que nasceu e mora em Elizabeth. É filha de pai português, natural de Leiria, e mãe colombiana. Graças a este facto sabe falar três idiomas: inglês, português e espanhol.

Gabriela frequenta a mesma escola que Sofia Matos, a Alexander Hamilton Preparactory Academy, e terminou agora o 10.º ano de escolaridade, o que fará dela uma junior no próximo ano lectivo.

Entrou para a escola portuguesa porque queria “aprender mais sobre a nossa cultura”. Compartilhou que no futuro gostava de ser neuro-cirurgiã porque a sua avó tinha Alzheimer e ela “gostava de poder ajudar pessoas na mesma situação”.

Acha que saber vários idiomas, incluindo o português, a vai ajudar na sua carreira já que “aqui na América todos são emigrantes ou vêm de outros países”, podendo assim comunicar-se mais facilmente com futuros pacientes.

Quem mais a marcou durante o seu percurso nesta escola, foi, também, a sua professora, a dona Carla, que sempre a chamou à atenção pelo seu medo em colocar questões. “Ela ajudou-me muito mesmo quando estava nervosa. Ajudava-me a entender e a não ter medo”, terminou por dizer.

Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | A finalista Gabriela Marto gostava de ser neuro-cirurgiã pois gosta de ajudar pessoas