LUSO-AMERICANA DE 25 ANOS É AGENTE POLICIAL EM MUNICÍPIO DO ESTADO DE NOVA IORQUE
Por HEWNRIQUE MANO | Ossining, NY
Entre os cerca de sessenta agentes da Polícia de Ossining, um município nova-iorquino do condado de Westchester à beira do rio Hudson, três são de origem portuguesa. Entre eles está a jovem Emily Costa, de 25 anos, que veste a farda policial desde há dois anos e meio.
Natural de Sleepy Hollow, NY, cresceu e vive em Ossining, para onde o pai, José Augusto Costa, emigrou aos 7 anos com os pais, deixando para trás a vila de São João da Pesqueira, na sub-região do Douro (distrito de Viseu). A mãe é filha de emigrantes cubanos.
Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | A agente Emily Costa, de 25 anos, ao serviço da Polícia de Ossining, NY
“Os meus avós regressaram a Portugal há cerca de uma década e têm lá uma vida muito activa”, afirma a agente Emily Costa, em entrevista exclusiva ao jornal LUSO-AMERICANO. “Eu acabei por crescer num lar bilingue, onde se falava português e espanhol – apesar de ter de confessar que não aprendi muito…”.
Ainda assim, as ligações a Portugal eram fortes: passava os verões na zona de São João da Pesqueira, onde tem familiares, e chegou mesmo a fazer parte do Rancho Folclórico Cultural “Beleza do Minho”.
Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | A agente Emily Costa, de 25 anos, ao serviço da Polícia de Ossining, NY
Após ter passado por escolas secundárias do ensino básico e secundário, graças ao talento para o vóleibol ingressou na SUNY Oswego, a norte do “Estado Império” – onde se formou em criminologia (com áreas de estudo secundárias em psicologia e saúde).
Depressa faz a sua formação policial na academia de treino em Westchester, sendo logo depois contratada pela Polícia de Ossining, onde está radicada uma dinâmica comunidade portuguesa.
“Gosto da variedade que esta profissão proporciona, no seu dia-a-dia”, nota a agente Emily Costa. “Por agora estou numa unidade de patrulha e cumpro o turno das 7:00 AM às 2:00 da tarde. Nunca quis uma carreira onde tivesse fechada num escritório – o meu objectivo é poder ajudar as pessoas de forma directa e, na polícia, tenha essa oportunidade”.
Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | A agente Emily Costa na sua viatura de trabalho
Costa tem como objectivo vir a crescer profissionalmente e até ser promovida um dia a uma das muitas patentes policiais. Está ciente de que esta ainda é uma carreira dominada pelo lado masculino, “em termos numéricos, mas podemos mudar as coisas. Em Ossining, por exemplo, só temos três agentes mulheres – há uma grande necessidade de que mais mulhere abracem esta actividade e, se forem bilingues, melhor ainda. Essa variedade é benéfica tanto à sociedade como à nossa profissão”.
A potenciais futuros polícias, Emily Costa deixa como conselho: “antes de mais, temos de saber tratar as pessoas com respeito. E se o fizermos, receberemos respeito em troca. Isso é muito importante para quem quiser seguir esta profissão. Eu, por exemplo, no início, estava muito nervosa – tinha acabado de sair da universidade e nunca sequer tinha lidado com armas e coisas assim. Mas se tiverem a convicção de que é mesmo o que querem fazer, então façam o teste de admissão à polícia e não deixem de seguir o vosso sonho”.