EMIGRANTE PORTUGUÊS VIVE O ‘SONHO AMERICANO’ NA FLÓRIDA

Por HENRIQUE MANO | Port St Lucie, FL | Colaboração: GLÓRIA SOUSA

O emigrante Brazilino Filipe, natural da “Cidade Invicta” – o Porto, é a prova de como os portugueses estão bem estabelecidos e prosperam na zona de Port Saint Lucy, estado norte-americano da Flórida. Com 86 anos completados em Junho, este “jovem” nortenho é mesmo dos emigrantes lusos que há mais tempo trocou o estado de Nova Iorque pelo “Sunshine State”.

Em entrevista exclusiva ao jornal LUSO-AMERICANO, Brazilino Filipe conta ter frequentado a Escola Industrial Infante D. Henrique, no Porto, antes de, aos 17 de idade (“e depois de ter treinado no Vianense – queria ser jogador de futebol, só que era preguiçoso, só me apetecia jogar e treinar, nada…”), emigrar para os Estados Unidos da América.

Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | Foi o clima que levou Brasilino Filipe a trocar o norte da América pela Flórida

“Vim para Newark, em New Jersey, onde o meu pai vivia”, diz. “Estive seis meses na Adams Street e ainda joguei futebol para o Sport Club Português”.

Long Island, no vizinho estado de Nova Iorque, seria o próximo destino, radicando-se na zona de Mineola, onde não tardaria muito se casaria (aos 22 anos) e trabalharia por conta própria no sector da construção de casas.

Em 1973, um ano antes de em Portugal se dar a ‘Revolução dos Cravos’, e com apenas 35 anos, muda-se para a Flórida, fixando-se na zona de Vero Beach – “devido ao clima”, explica.

Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | O casal Lucille e Brasilino Filipe numa das suas propriedades na Flórida

No sul, Brazilino Filipe resolve apostar na compra de propriedades para arrendamento – “de Palm Beach a Volusia, passando por outros condados de grande dimensão”, afirma.

Mais tarde teria um dos 3 filhos igualmente envolvido nos negócios de família (muito embora a filha tenha optado pelo ramo da publicidade, sendo proprietária de uma agência no norte). Presentemente, o Filipe Jr. faz ainda a gestão de uma empresa de jardinagem de grande dimensão na Flórida e de um dos maiores negócios da região de fabrico de coberturas em metal para tectos de casas – “e outros investimentos imobiliários”.

O emigrante portuense diz que ainda toma decisões ligadas aos negócios da família Filipe e que não se arrepende “de todo” de ter trocado Long Island pela Flórida, na década de 70, “apesar de o ter feito por uma questão de clima mai do que outra coisa. Os meus pais e avós sempre tiveram negócios e eu nunca pensei trabalhar para terceiros, o que só fiz durante 6 meses. Nunca quis sobrecarregar os meus pais nem depender de ninguém, mas nunca sonhei em enriquecer pelo dinheiro em si, mas para poder suportar a minha família e não precisar de ninguém”.

A ligação a Portugal mantém-se forte, tanto é que regressa à terra natal “quase todos os anos”. E orgulha-se de ter sido, juntamente com o irmão Olímpio Filipe, um dos fundadores do Clube Português de Port St. Lucie, “que também ajudei financeiramente”.

E também não põe de parte a hipótese de “investir em Portugal e até transferir valores para lá, para usufruto futuro dos meus filhos”.