FÍGADO GORDO: Investigação visa intervenção precoce

Um novo estudo aproxima os investigadores de uma melhor compreensão da patologia da doença do fígado gordo MASH, que significa esteato-hepatite associada à disfunção metabólica.

A MASH é uma consequência da má alimentação e da obesidade e resulta em graves lesões no fígado. 

Na MASH, o fígado fica repleto de células T activas e em rápida multiplicação, que são um tipo de célula imunitária.

Neste estudo, publicado na revista Hepatology, os investigadores examinam o aspecto destas células T e o seu funcionamento em pessoas com cirrose hepática (uma fase tardia da doença hepática) e num mo-delo animal de MASH.

O objectivo é proporcionar uma compreensão mais aprofundada dos mecanismos que conduzem à MASH. 

Uma melhor compreensão pode levar a que as pessoas sejam diagnosticadas mais cedo ou antes de a doença se encontrar numa fase tão avançada que um transplante de fígado possa ser a única opção de tratamento, afirmou o autor sénior do artigo, Matthew Burchill, PhD, professor associado de medicina no Campus Médico Anschutz da Universidade do Colorado nos E.U..

A MASH é uma doença de morte lenta, na medida em que a progressão da doença ocorre ao longo de décadas. 

Apesar disso, a MASH está a tornar-se rapidamente a doença hepática mais prevalente em todo o mundo. 

Estima-se que cerca de 40% da população adulta dos Estados Unidos seja obesa e que cerca de 14% dos indivíduos assintomáticos de meia-idade nos EUA tenham MASH comprovada por biópsia, de acordo com um estudo recente publicado no Journal of Hepatology.

Burchill e a sua equipa descobriram que, durante a MASH, as células T multiplicam-se e mudam de função em resposta a substâncias nocivas associadas a uma dieta pobre.

O estudo mostrou que, à semelhança das infecções como o vírus da hepatite C, as células T CD8+ expandidas clonalmente acumulam-se nos fígados de seres humanos e de ratinhos com MASH. Isto sugere um papel potencial para as células T CD8+ activadas por antigénios na patogénese da MASH.