Trump recusa novo debate com Harris
O antigo presidente dos EUA disse, esta quinta-feira, que não voltará a debater com Kamala Harris, numa publicação partilhada na sua rede social, Truth Social, acompanhada de novas acusações, inclusive, aos imigrantes.
O candidato republicano apontou que as “sondagens claramente mostram” que foi ele quem venceu o debate – o que não é verdade, já que a maioria dos analistas e dados davam uma “clara vitória” a Kamala durante o frente a frente, que aconteceu na terça-feira nos em Filadélfia, Pensilvânia.
“Quando um lutador perde uma luta, a primeira coisa que ele diz é ‘EU QUERO UMA DESFORRA'”, declarou Trump.
Chamando Kamala de “radical”, fez acusações à adversária, assim como ao actual presidente, Joe Biden, que começou por ser o candidato democrata.
“Ela e Joe destruíram o nosso país, com milhões de criminosos e doentes com perturbações mentais a entrar nos Estados Unidos, sem qualquer controlo e sem qualquer verificação, e com a inflação a levar à falência a nossa classe média”, escreveu na mesma mensagem, numa nova acusação a imigrantes – que foram tema no debate, quando mesmo os acusou de comerem animais de estimação (e foi desmentido por autoridades).
“Toda a gente sabe isto, e todos os outros problemas causados por Kamala e Joe – foram discutidos em grande pormenor durante o primeiro Debate com Joe, e no segundo Debate com a camarada Harris. Ela não compareceu no Debate da Fox e recusou-se a participar no da NBC e da CBS”, apontou também.
“Kamala devia concentrar-se no que devia ter feito durante os últimos quase quatro anos”, considerou, referindo-se ao seu trabalho como vice-presidente. E rematou: “Não haverá um terceiro debate”.
A sua recusa acontece depois de Kamala ter insistido num novo debate, referindo-se a este período como “fundamental”, quando faltam cerca de dois meses para as eleições presidenciais.
No regresso aos comícios, na Carolina do Norte, Kamala Harris alertou que as eleições serão “muito renhidas” e que os democratas estão em “desvantagem” nesta corrida porque Trump tem o apoio de vários grupos de poder.
Porém, há quem ache que Kamala só tem a ganhar com esta recusa. Adam Green, cofundador do Progressive Change Campaign Committee – uma organização que aconselhou a campanha de Harris-Walz sobre mensagens económicas – disse à BBC que a decisão de Trump foi um “duplo favor” para a campanha de Harris.
Segundo o mesmo, “os eleitores terão uma impressão duradoura de que Kamala Harris tem uma aura presidencial e está do lado deles” e “isso provavelmente vai fazer-lhe muito bem”.
Terça-feira marcou a data em que Kamala e Trump se defrontaram pela primeira vez, na antena da ABC News, em Filadélfia.
No final, prevaleceu a ideia de que Kamala Harris manteve uma imagem calma e presidencial diante de um irritado Trump, que foi corrigido diversas vezes pelos moderadores para negar as suas falsas afirmações.
Analistas e comenta- dores televisivos declararam a vice-presidente como a vencedora desse frente a frente.