NEWARK. Rosa Branco é a 1.ª mulher de origem portuguesa a assumir o cargo de vice-superintendente escolar

• Por HENRIQUE MANO | Newark, NJ

Assumiu funções dia 1 de Julho como vice-superintendente da cidade de Newark, estado de New Jersey, a luso-americana Rosa Branco. Branco, que nasceu no Ironbound filha de emigrantes da Murtosa (a mãe, Amélia da Conceição) e Porto de Mós (o pai, George da Conceição), é a primeira mulher de origem lusa a assumir o cargo.

Já o primeiro português nomeado vice-superintendente de Newark foi o ex-director do Liceu East Side, Mário Santos.

Rosa Branco fica, assim, com o pelouro das 14 escolas do Bairro Norte naquele que é o maior distrito escolar do ‘Estado Jardim’, englobando um total de 66 escolas de vários níveis académicos, 5.877 funcionários e mais de 35 mil alunos.

Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | A vice-superintendente escolar da cidade de Newark, Rosa Branco, na sede do edifício onde funciona o Comité Escolar

Apesar de ter crescido em Kearny, para onde a sua família se mudou, o Ironbound foi sempre parte integrante da vida de Rosa Branco – como nos conta a nova vice-superintendente, em entrevista exclusiva ao jornal LUSO-AMERICANO: “como os meus pais tinham uma casa de frutas na Ferry Street, passava lá muito tempo a ajudar no negócio”.

Por influência “de um professor de artes que tive no liceu”, a educadora resolveu seguir essa carreira na universidade, tendo começado a sua trajectória profissional na Roberto Clemente Elementary School em Newark. Mais tarde formar-se-ia superiormente também em gestão escolar, passando a vice-directora na Luis Muñoz Marín Elementary School de Newark e passando pore várias outras instituições de ensino na mesma urbe, chegando posteriormente a directora.

“Tive sempre uma predilecção especial pelo trabalho com crianças”, nota Rosa Branco, “e poder fazê-lo como serviço público, então, é muito gratificante”.

Foto: JORNAL LUSO-AMERICANO | Fachada do edifício onde funciona o Comité Escolar de Newark, NJ

Branco lembra, igualmente, ser o primeiro elemento da sua família imediata a obter um canudo universitário.

A vice-superintendente reconhece ter saudades de dar aulas, mas ressalva: “ainda assim, graças a esta posição, estou sempre em contacto directo com alunos e professores”.

Rosa Branco sublinha a importância de se ter uma formação formal na vida, mas avisa que nem sempre a mesma tem de passar pela universidade: “para mim, esse foi o caminho. Mas também há carreiras muito lucrativas noutras áreas que se podem seguir em escolas técnicas e vocacionais, por exemplo. A sociedade precisa de canalizadores, electricistas, etc. Tudo depende de cada pessoa; o importante é gostarmos realmente daquilo que vamos escolher como carreira para a vida”.

Rosa Branco diz continuar a incorporar a sua herança portuguesa em quase tudo o que faz: “o português foi a primeira língua que aprendi a falar e tive a sorte de passar quase todos os verões em Portugal, dos 18 meses de vida até à entrada para a universidade”.