Síria. Forças do regime e russos tentam travar avanço dos rebeldes
O exército sírio e os aviões de combate sírios e russos bombardearam “veículos e concentrações terroristas” na província de Hama, controlada pelos rebeldes, anunciou hoje o Ministério da Defesa da Síria.
“As nossas forças armadas bombardearam veículos e concentrações terroristas no norte e no sul da província de Hama, utilizando artilharia, mísseis e aviões de combate sírios e russos”, declarou o ministério num comunicado citado pela agência francesa AFP.
Os ataques provocaram dezenas de mortos e feridos, e a destruição de “vários veículos”, acrescentou, sem mais pormenores.
A Síria e a sua aliada Rússia estão a tentar repelir o avanço dos rebeldes, que lançaram uma ofensiva contra o Governo do Presidente Bashar al-Assad em 27 de Novembro.
A coligação de facções islamitas, liderada pelo grupo Organização de Libertação do Levante, um ramo da antiga filial síria da Al-Qaida, conseguiu tomar na quinta-feira a cidade de Hama, a quarta maior do país, poucos dias depois de ter conquistado Alepo.
O ministro da Defesa sírio, Ali Mahmoud Abbas, afirmou na quinta-feira que a tomada de Hama pelos rebeldes era “uma medida táctica temporária” e apelou à paciência e à confiança do povo sírio
Se os rebeldes controlarem Homs, localizada na autoestrada M5 – a espinha dorsal do país por liga a Síria de sul a norte -, isolam ainda mais Damasco e impedem a ligação por terra com a província costeira de Tartus, o feudo da família al-Assad.
Caso conquistem Homs, apenas Damasco e a costa mediterrânica continuarão nas mãos do Governo de Bashar al-Assad.
Os rebeldes sírios entraram hoje de madrugada nas cidades centrais de Rastan e Talbiseh, a norte de Homs – província maior do país e que faz fronteira com o Líbano, o Iraque e a Jordânia.
O objectivo dos rebeldes é derrubar o regime de Bashar al-Assad, disse hoje o respectivo líder, Abu Mohammed al-Jolani, numa entrevista à CNN norte-americana. “Temos o direito de utilizar todos os meios disponíveis para atingir esse objectivo”, afirmou, citado pela agência espanhola Europa Press.