Democracia sul-coreana está a viver o seu “momento mais crítico”
A democracia sul-coreana está a viver o “momento mais crítico” da sua história, disse hoje o líder da oposição numa entrevista à agência de notícias AFP, um dia antes da votação para a destituição do Presidente do país.
“Com a votação da destituição [do Presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol] marcada para amanhã, sábado, (…) as próximas horas são extremamente perigosas. Esta noite será o momento mais crítico”, afirmou Lee Jae-myung, lembrando que os parlamentares vão acampar diante da Assembleia Nacional.
“As pessoas podem pensar que os militares e a polícia estariam relutantes em apoiar uma segunda tentativa, mas Yoon poderia explorar as lacunas para tentar novamente”, alertou Lee.
O ministro da Defesa interino negou que tal situação poderia acontecer no país. Ainda assim, o Partido Democrata de Lee, a principal força de oposição ao Partido do Poder Popular (PPP) de Yoon, convocou os seus 170 membros eleitos para acamparem no hemiciclo até à votação de sábado, a fim de evitar uma repetição dos acontecimentos da noite de terça para quarta-feira.
Lee Jae-myung acredita que o país continua vulnerável a uma “nova tentativa de lei marcial”.
Dezenas de milhares de manifestantes antigovernamentais são esperados em Seul, no sábado, dia em que o parlamento vai votar uma moção de destituição do Presidente Yoon Suk-yeol, disse hoje a polícia. “Uma concentração de grande envergadura e uma marcha com dezenas de milhares de pessoas vão decorrer no centro e na zona de Yeouido, onde se encontra o parlamento”, indicou a polícia metropolitana de Seul, em comunicado.
O Ministério da Defesa sul-coreano anunciou ainda ter suspendido três altas patentes pela participação em operações durante a breve lei marcial decretada pelo Presidente Yoon, na noite de terça-feira. Trata-se do comandante militar de Seul, o chefe das forças especiais e o dos serviços da contraespionagem, indicou o ministério num comunicado.