HABITAÇÃO: Movimento diz que problema piorou

O movimento ‘Porta-a-Porta’ exigiu quarta-feira “medidas efectivas” do Governo para controlar a subida das rendas e o preço das casas, considerando que nem o programa ‘Construir Portugal’ nem o Orçamento do Estado para 2025 apresentam soluções suficientes.

O porta-voz do movimento, André Escoval, disse que nem o programa ‘Mais Habitação’, do anterior Governo, nem o programa ‘Construir Portugal’ dão resposta aos problemas no sector da Habitação, embora o programa apresentado pelo actual executivo “tenha acelerado e agravado drasticamente o problema”, como “os números dos organismos públicos comprovam”.

André Escoval destacou também que o Orçamento do Estado “em nada se preocupou com a matéria da Habitação” e que, “tanto o Governo como a maioria que, votando a favor ou abstendo-se, ignorou por completo este problema”, revelam “insensibilidade”.

“Não descuramos pôr em cima da mesa tudo aquilo que seja necessário para que, de uma vez por todas, o Governo compreenda a emergência social que se vive no domínio da Habitação neste momento e equacionamos todas as formas de luta. Eu diria que já no início do ano de 2025, nos primeiros meses do ano, novamente, o povo terá que dar um sinal muito claro a este Governo e ao rumo que está a ser seguido, que é insustentável e põe as nossas vidas em causa”, afirmou.

Num comunicado, o Porta-a-Porta citou dados do INE, para adiantar que, “no segundo trimestre de 2024, quando comparado com o mesmo período do ano anterior, o valor da renda mediana teve um crescimento homólogo de 11,1%, superior ao observado no trimestre anterior (10,7%), o que revela uma tendência de subida acelerada”, além de que “também no valor da venda do m2 os preços dispararam 6,6% no segundo trimestre nas 24 cidades mais populosas do país”.

“Não obstante isto, ficámos agora a saber, pelos dados do IHRU, que o número de arrendatários abrangidos pelo Apoio ao Arrendamento é 20% inferior ao ano anterior, o que significa que mais de 50 mil famílias perderam este apoio”, acrescentou.

Para o movimento, é necessário que o Governo tome “medidas efectivas” que “invertam esta tendência que está a pôr em causa as famílias e o país”.