Governo britânico quer relações com União Europeia “além dos acordos actuais”
O Governo britânico defendeu esta terça-feira, através do seu secretário de Estado das Relações Europeias Nick Thomas-Symonds, uma relação com a União Europeia (UE) para “além dos acordos actuais” em áreas como a segurança, economia e comércio.
Num discurso na conferência anual do Forum EU-UK, Thomas-Symonds afirmou que o governo trabalhista britânico e a nova Comissão Europeia oferecem “uma oportunidade clara para melhorar as relações, de modo a beneficiar as empresas e os cidadãos”.
“O Reino Unido e a UE têm muitos interesses mutuamente benéficos, e é com base nestes interesses que pretendo trabalhar para redefinir as nossas relações, para ajudar a construir um Reino Unido e uma UE mais seguros e mais prósperos”, disse.
Na véspera, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, propôs maior cooperação nos sectores da defesa e segurança, nomeadamente no desenvolvimento de uma indústria militar e no combate à imigração ilegal.
Terça-feira, o secretário de Estado repetiu a intenção de negociar um acordo sanitário e fitossanitário para eliminar obstáculos ao comércio de produtos agroalimentares e encontrar soluções para o reconhecimento mútuo das qualificações profissionais.
Outras áreas com potencial de cooperação incluem a energia e a transição ecológica, acrescentou.
“O tempo da divergência ideológica acabou. Chegou o momento do pragmatismo implacável. É através de uma nova parceria entre o Reino Unido e a UE que conseguiremos obter resultados para os cidadãos (…)”, defendeu.
No mesmo evento, o comissário europeu para o Comércio e a Segurança Económica, Maros Sefcovic, afirmou que, “ainda que, nos últimos anos, as manchetes dos jornais tenham tendido a centrar-se em domínios em que não estamos totalmente de acordo, a realidade é que a nossa relação bilateral entre UE/ Reino Unido continua a ser sólida”.
Invocando o Acordo de Saída do Reino Unido da UE e o Acordo de Comércio e Cooperação, que regula as relações pós-Brexit, Sefcovic disse que “estamos a trabalhar incansavelmente numa aplicação plena, fiel e atempada, que é essencial se quisermos maximizar todo o potencial.