PORTUGAL: Mais de metade dos adultos têm excesso de peso
Mais de metade da população adulta em Portugal tinha excesso de peso ou obesidade em 2022, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgados esta semana.
Na véspera do Dia Mundial da Obesidade, o INE recordou que em 2022 o excesso de peso afectava 37,3% da população com mais de 18 anos e a obesidade 15,9%.
“A prevalência de obesidade era semelhante para ambos os sexos e afectava sobretudo as pessoas a partir dos 45 anos (19,3%), bem como a população com escolaridade até ao ensino básico (21,5%)”, sublinhou o Instituto.
A população com obesidade avaliava o seu estado de saúde como desfavorável com maior frequência (21,6%) do que a restante (13,2%), apresentando também mais dificuldade em caminhar ou subir escadas sem ajuda e em assegurar os cuidados pessoais.
Mais de metade (60%) da população adulta com obesidade sofria de doença crónica ou problema de saúde prolongado.
“A prática regular de exercício físico é mais frequente na população em geral do que na população com obesidade”, refere o INE.
A prevenção da obesidade poderia evitar as principais doenças crónicas das sociedades modernas, em que mais de metade das pessoas é obesa, alertou a Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia, numa posição divulgada por ocasião da efeméride que se assinala na terça-feira.
Entretanto, uma em cada três crianças poderá ser obesa ou ter excesso de peso em 2050, estima um estudo publicado na revista científica ‘The Lancet’, que alerta que se está perante uma “crise de saúde pública” global.
Liderado pelo Murdoch Children’s Research Institute (MCRI), a maior instituição de investigação em saúde infantil da Austrália, o estudo chegou à conclusão de que nos próximos 25 anos um terço das crianças e adolescentes terão excesso de peso (385 milhões) ou obesidade (360 milhões).
“As taxas de obesidade deverão disparar”, com aumentos significativos previstos para os próximos cinco anos, o que leva os investigadores a alertar para a necessidade de uma acção urgente e imediata para “inverter esta crise de saúde pública” ao nível mundial.
De acordo com os dados agora publicados, a obesidade entre pessoas dos cinco aos 24 anos triplicou entre 1990 e 2021, atingindo 174 milhões, o que indica que as abordagens actuais para conter o aumento da obesidade “falharam com uma geração de jovens”.
Em 2021, 493 milhões de crianças e adolescentes tinham excesso de peso ou eram obesas.