Sporting vence Paços de Ferreira na estreia atrasada na 1ª Liga de Futebol

Mão na bola, ou a bola na mão, como quiserem, porque, quando o estádio ainda não tapava todo o sol na Matal Real, encadeando os jogadores do Sporting, um canto sobrou para a entrada na área, onde Wendel rematou a bola para um ricochete entre um adversário e outro a fazer tocar no braço do último. E foi penálti. 0-1.

A decisão apitada resultou no golo para o Sporting que estava a ser superior, em tudo, ao Paços de Ferreira. Fidelizava-se à saída rasteira, apoiada e bastante recuada, na área, hoje explorando muito mais a ligação entre os centrais e os médios, todos valentes para se esquivarem da pressão alta que os anfitriões aplicaram aí durante uns 20, 25 minutos.

A equipa de Rúben Amorim, confinado longe, afastado pela quarentena forçada, conseguia filtrar a bola para Mateus Nunes e Wendel, ao invés do que tanto insistia na época anterior – passes entre os centrais de fora e os extremos, a receberem essas bolas mais ao centro -, que depois as filtravam para Pedro Porro, o ala direito galopante a correr com a bola, ou muito para Nuno Mendes.

Por ele se canalizaram quase todas as chegadas à área, exceptuando uma em que um calcanhar armado em gancho, de Vietto, isolou Tiago Tomás na área, que ouviu das boas de Nuno Santos por falhar o remate em vez de tentar acertar um passe para o extremo, então recém-entrada devido a uma lesão de Jovane (sem ele, a equipa perdeu uma opção de passe entre linhas, por- que o ex-Rio Ave é mais amante de linha).

O Paços, mesmo sofrendo muito por ser tão ultrapassado na primeira linha de pressão, chegou algumas vezes à área, embora sem remates no alvo, porque os três da frente do Sporting recarregavam baterias se ultra- passadas na pressão assim que faziam após perderem bolas. Desamparavam os médios, davam tempo e espaço a Stephen Eustáquio filtrar jogo e enviá-lo até às correrias com bola de Luther Singh.

Wendel e Mateus giravam sobre a bola e viravam-se para a baliza dos outros. Nuno Mendes e Porro eram os motores que transportavam jogo até à área. A equipa, em bloco, já anulava quase todas as posses de bola do Paços mal roçassem os 30 metros de relva à frente das redes de Adán.

E o resto, mesmo que sem oportunidades criadas, resumia-se à ressaca de um canto em que Tiago Tomás, após vestir uma cueca num adversário, voltou a colocar a bola na área, esta originou outra ressaca que, de novo cruzada, encontrou Feddal para o central tocar no vizinho Coates. 0-2 e conforto assegurado no jogo.

Depois o Sporting abrandou o ritmo com bola, tentou gerir, apoiou-se na presença pincelada de técnica de Daniel Bragança em campo, como falso 9, a despir os centrais de referência para marcarem e a recuar para receber passes.

Este Paços a querer ter bola, a sair tanto curto em Eustáquio, como longo em Douglas Tanque, joga com boas intenções e valentia no estilo, mas esbarrou, sempre, nos três centrais do Sporting e nas segunda bolas que, depois, o adversário reclamou – com tranquilidade.

Este Sporting foi, sobretudo, isso, uma amostra tranquila de equipa em tempos conturbados.