ESTADOS UNIDOS: Google processada por abuso de posição dominante

Depois de uma investigação de 16 meses, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ) vai processar a Google, acusando-a de abusar da sua posição dominante no mercado e de prejudicar a concorrência. 

O processo representa a maior acção legal ‘antitrust’ tomada pelo governo desde o caso contra a Microsoft em 1998.

No processo, o DOJ e os representantes de 11 Estados norte-americanos argumentam que a gigante de Mountain View utiliza uma rede de negócios ilegais para manter a sua posição privilegiada no mercado de motores de busca e que as suas práticas estão a reduzir o poder de escolha dos consumidores, além de “sufocarem” a concorrência.

Em questão está a aplicação do motor de busca da empresa para smartphones. 

O DOJ defende que a Google paga milhares de milhões de dólares aos fornecedores, incluindo fabricantes como a Apple, a LG, a Motorola e a Samsung, às maiores operadoras norte-americanas e às empresas por trás de browsers para garantir a sua posição como motor de busca principal.

O processo detalha que 90% das pesquisas feitas online nos Estados Unidos têm origem no motor de busca da Google e que o mesmo sucede em quase 95% das pesquisas feitas através de dispositivos móveis. Assim, o DOJ e os representantes pedem ao Tribunal que “quebre” o monopólio da Google.

Em resposta, a Google argumenta numa publicação no seu blog oficial que o processo está “profundamente errado” e que não “fará nada para ajudar os consumidores”, que usam o seu motor de busca “porque querem, não porque são forçados ou porque não conseguem encontrar alternativas”. A empresa sublinha ainda que a acção legal fará com que se privilegiem motores de busca alternativos e de menor qualidade.

“Compreendemos que o nosso sucesso é acompanhado pelo escrutínio, mas mantemos a nossa posição”, afirma a empresa.