DIEGO MARADONA: Argentina em comoção despediu-se do ídolo

O ex-futebolista argentino Diego Armando Maradona, que faleceu quarta-feira, foi ontem enterrado em Buenos Aires, numa cerimónia privada, após um dia em que milhões de pessoas se despediram do seu ídolo.

O corpo de Maradona foi transportado para um cemitério privado, onde foi sepultado junto dos seus pais Diego Maradona e Dalma Salvadora Franco, que faleceram em 2015 e 2011, respectivamente.

Ao longo do dia, cerca de um milhão de pessoas passaram pela Casa Rosada, onde o corpo de Maradona esteve em câmara ardente, numa manifestação de homenagem ao ex-futebolista, que acabou por ficar marcada por alguns confrontos nas imediações do palácio presidencial.

Maradona, considerado um dos melhores futebolistas da história, morreu na quarta-feira, aos 60 anos, anunciou o advogado e amigo Matías Morla.

Segundo a imprensa argentina, Maradona, que treinava os argentinos do Gimnasia de La Plata, sofreu uma paragem cardíaca na sua vivenda em Tigre, na província de Buenos Aires.

A sua carreira de futebolista, de 1976 a 1997, ficou marcada pela conquista, pela Argentina, do Mundial de 1986, no México, e os dois títulos italianos e a Taça UEFA vencidos ao serviço dos italianos do Nápoles.

O Presidente argentino, Alberto Fernández, decretou três dias de luto nacional pela morte de Maradona, cujas cerimónias fúnebres vão decorrer até amanhã, na Casa Rosada, a sede do governo do país.

Velório termina com confrontos

O velório terminou com confrontos entre a polícia e adeptos, com a família a decidir iniciar o cortejo fúnebre para o cemitério.

Vários adeptos invadiram a Casa Rosada, palácio do governo e onde estava o corpo de Maradona em câmara ardente, com o caixão a ter de ser retirado, ficando sobre protecção de militares.

A polícia foi obrigada a utilizar balas de borracha, bombas de gás lacrimogéneo e jactos de água para afastar a multidão, com a família de Maradona a decidir terminar o velório e começar o cortejo para o cemitério.

Os adeptos forçaram uma das portas de entrada, derrubando o pessoal de segurança, além de saltarem as grades que protegem a sede do governo. 

Apesar da intervenção das autoridades, cerca de 200 pessoas entraram no local.

Estes incidentes aconteceram depois de a família de Maradona ter decidido alargar o horário do velório por mais três horas, para permitir que mais pessoas pudessem prestar a última homenagem a ‘El Pibe’ e terminar com a confusão em redor da Casa Rosada.

Os adeptos que iriam ficar fora da homenagem acabaram por reagir com violência, atirando pedras e garrafas contra as autoridades, que responderam com balas de borracha e gás lacrimogéneo.

Advogado acusa autoridades de negligência

Entretanto, Matias Morla, advogado e amigo de Maradona, recorreu às redes sociais para acusar as autoridades locais de negligência no socorro a Diego Maradona.

Numa publicação no Twitter, Morla começa por dizer que hoje é “um dia de profunda dor, tristeza e reflexão”, apontando depois a mira às autoridades locais.

Quanto à informação da Fiscalía de San Isidro [autoridade local], é inexplicável que durante 12 anos o meu amigo não tenha tido a atenção nem a vigilância por parte do pessoal de saúde competente”, começa por dizer antes de revelar que o socorro demorou mais de 30 minutos a chegar à habitação de Maradona.

“A ambulância demorou mais de meia hora a chegar o que foi uma idiotice criminal”, disse.

O advogado de Maradona revela ainda que irá pedir uma investigação ao sucedido.