ENFERMEIRA INTENSIVISTA NO HARTFORD HOSPITAL
HENRIQUE MANO | Jornal LUSO-AMERICANO
Nasceu em Hartford, estado de Connecticut, há 33 anos e está ligada à unidade de cuidados intensivos cardiológicos no Hartford Hospital a jovem luso-americana Bliss da Silva. A também técnica socorrista formou-se em Ciências da Saúde pela UCONN em 2010 mas nunca deixou de apostar na sua formação superior, obtendo ainda um bacharel em enfermagem pela Quinnipiac University e um mestrado também pela UCONN em ‘Advanced Nursing’, onde, actualmente, se prepara para terminar o mais avançado grau académico em Enfermagem (‘Doctorate of Nursing Practice’).
“Parte do meu doutoramento envolve trabalho de pesquisa com vista à criação de um programa intitulado ‘Music in Healing’, para doentes com problemas de coração, a ser introduzido no Hartford Hospital”, afirma Bliss da Silva, em entrevista ao jornal LUSO-AMERICANO.
A profissional de saúde revela sempre ter querido segui carreira numa área em que pudesse fazer o bem. “Primeiro pensei em ser veterinária e estava já na universidade quando resolvi mudar para enfermagem e lidar com pessoas em vez de animais”, diz.
🌐TÉCNICA SOCORRISTA VOLUNTÁRIA
Essa inclinação veio ao de cima antes mesmo de começar a sua formação escolar superior, tendo completado o curso para técnica socorrista (EMT), actividade que chegou a desenvolver como voluntária em Newington. “Há dez anos comecei um programa de CPR onde dou formação a título de voluntariado na comunidade na área de reanimação cardiopulmonar, actividade que aliás continuo a desenvolver”.
Bliss é filha dos emigrantes Noémia da Silva e Luis da Silva, naturais respectivamente de Cantanhede e Porto de Mós. Fez o liceu em Glastonbury, CT e, aos 23 anos, já era enfermeira, tendo entrado na profissão pelo St. Francis Hospital – na área de cardiologia, onde aliás se mantém. A transição para o Hartford Hospital acontecia em 2016, logo afecta à unidade de cuidados intensivos.
“Digamos que, na qualidade de ‘nurse practitioner’, sou uma espécie de auxiliar médica – posso passar receitas, fazer certos diagnósticos e mandar executar testes”, explica Bliss da Silva.
🌐O DESRESPEITO ÀS REGRAS COVID SÃO “FRUSTRANTES E LAMENTÁVIS”
Com o 6.º ano feito na Escola Portuguesa da Igreja Nossa Senhora de Fátima, a enfermeira intensivista (que também dançou no Rancho Folclórico do Clube Português de inúmeras vezes ao domínio do português no trabalho – dada a existência de uma numerosa comunidade lusa na capital de Connecticut.
A profissional de saúde considera “lamentável e frustrante” constatar que certa camada da população resista ao uso de máscaras e de outras medidas de segurança, “uma vez que são coisas muito simples ao alcance de todos nós que podem salvar vidas, como aliás já está provado.”
Quando dá aulas de formação a futuras enfermeiras, diz-lhes sempre que “por vezes, ao encontrarmos um obstáculo e percebermos que esta não é uma ocupação fácil, o importante é lembrarmo-nos que escolhemos esta carreira precisamente para ajudar os outros.”