LUSO-AMERICANA CRIOU LINHA ‘EVERYTHING CHOCOLATE’ COM UM NOBRE PROPÓSITO…
Por HENRIQUE MANO | Jornal LUSO-AMERICANO
Com cada encomenda que envia, Patrícia Pereira, 18, aplica um auto-colante com o lema da sua linha de produtos – ‘Homemade With Love’ – a que junta o nome da sua marca de doces, ‘Everything Chocolate’. A ideia surgiu em Novembro de 2019, primeiro da necessidade de se ocupar com algo de que gosta – mas assumindo mais tarde um propósito nobre: aliviar os pais dos altos custos da sua formação superior.
“Quando acabar a universidade, teremos gasto perto de 70 mil dólares com o meu percurso académico”, afirma Patrícia, em entrevista ao jornal LUSO-AMERICANO. “Depressa percebi que esta seria uma maneira de ajudar os meus pais, sobrecarregando-os menos; a ideia foi minha, não deles, e não tenho dúvidas de que estou a fazer o que está certo.”
Tinha apenas 17 anos quando começou a dar asas ao seu espírito empreendedor. “Um dia pensei: se começar a vender o que faço nas redes sociais, será que as pessoas compram? O resto é história…”.
A marca inclui hoje pretzels, quadrados doces com arroz tufado (‘rice crispy treats’), morangos, ‘marshmallows’, ‘oreos’, ‘hot chocolate bombs’, ‘brownies’ com três camadas, cupcakes e pipocas de caramelo – tudo banhado em chocolate.
Como plataformas de venda, utiliza as contas no Facebook, Instagram e Etsy. “Se me enviarem uma encomenda por email, também faço entrega ao domicílio num raio de 20 milhas – a partir de Westchester, NY”, diz Patrícia Pereira. “Por correio, envio para qualquer destino dentro dos EUA – até já tive uma encomenda da Califórnia.”
A criadora da ‘Everything Chocolate’ diz que o movimento aumenta em épocas festivas ou durante os períodos em que se registam as festas de formatura, graduações e outros.
Patrícia nasceu em Sleepy Hollow, NY, filha de pais minhotos (Maria e Venâncio Pereira) e fez o liceu no Walter Panas High School, em Westchester – onde ainda vive. Está agora no 1.º ano da universidade (Saint Thomas Aquinas College), ao custo anual de 17 mil dólares – e vale-se de uma bolsa de 13 mil para o total dos quatro anos da sua licenciatura, no final da qual espera vir a ser professora (“de preferência aqui em Nova Iorque. Como curso secundário, estou a tirar gestão.”)
Pereira reconhece que o endividamento no final da universidade “é uma preocupação de muitos jovens nos dias de hoje na América. Cabe-nos também a nós contribuir de alguma maneira para evitar a acumulação da dívida e confesso que tive mesmo sorte em encontrar algo que me realize e ajude ao mesmo tempo.”
A jovem, que chegou a fazer parte do Rancho Folclórico Cultural ‘Beleza do Minho’, de Ossining, NY, reconhece que “a princípio nada é fácil; eu, por exemplo, só tinha uma encomenda por mês. Depois fui fazendo promoção e o negócio foi crescendo – o importante é nunca desistir. E seguirmos sempre em frente na conquista dos nossos sonhos.”