LUSO-AMERICANA É TÉCNICA DE RADIOLOGIA NO MAIOR HOSPITAL DE CONNECTICUT E UM DOS MAIORES DOS EUA

Por HENRIQUE MANO | Jornal LUSO-AMERICANO

Nasceu em Danbury e cresceu na cidade de Palm Coast, na Flórida, a jovem luso-americana de 22 anos que está desde o início deste ano ao serviço da maior unidade hospitalar do estado de Connecticut e uma das maiores do país – o Yale New Haven Hospital (YNHH). Adriana dos Santos é técnica de radiologia e faz parte da equipa de mais de 17 mil profissionais ao serviço do YNHH, que tem 1541 camas e inclui o Smilow Cancer Hospital, o Yale New Haven Children’s Hospital e o Yale New Haven Psychiatric Hospital. Serve ainda de plataforma universitária para a Yale School of Medicine e a Yale School of Nursing. Em 2019, o hospital registou mais de 1,5 milhões de ocorrências – incluindo 155.505 atendimentos nas urgências.

“Sabia desde pequena que queria fazer algo em cuidados de saúde”, conta Adriana dos Santos, em entrevista ao jornal LUSO-AMERICANO

🌐AS ORIGENS PORTUGUESAS

Adriana dos Santos é filha dos emigrantes António e Maria Natália dos Santos, naturais de Mesquitela, no concelho serrano de Celorico da Beira; tinha 5 anos de idade quando a família se mudou para Palm Coast, na Flórida, onde cresceu e completou o liceu no Matanzas High School.

“Sabia desde pequena que queria fazer algo em cuidados de saúde”, conta Adriana dos Santos, em entrevista ao jornal LUSO-AMERICANO. “Estava no final do ensino secundário quando descobri a Radiologia, achando uma vertente interessante entre as muitas opções no sector.”

Em 2016 regressava a Connecticut precisamente para seguir Radiologia na Quinnipiac University. Anos mais tarde tem nas mãos o canudo, depois de ter obtido uma licenciatura e um mestrado no ramo.

Adriana diz ter tido o “imenso privilégio” de completar o ensino superior com a ajuda de quatro bolsas da Fundação ‘António Amaral’, de Palm Coast, e do Portuguese-American Cultural Center “a quem tenho imenso a agradecer. O facto de ter visto o meu trabalho e empenho na comunidade, tanto a nível do Grupo de Juventude do PACC como do Rancho Folclórico ‘Corações de Portugal’, a que pertenci desde a sua fundação, reconhecido pela família Amaral e pelo Centro ao longo de quatro anos, é realmente um ponto de honra para mim.”

🌐O INÍCIO DE CARREIRA

Logo a seguir à universidade, arranjou o primeiro emprego como técnica de Raio X no St. Vincent’s Hospital em Bridgeport, CT, onde esteve dois anos e deu os primeiros passos na carreira.

No Yale New Haven Hospital, a que se juntou este ano, a luso-descendente faz exames de tomografia axial computadorizada (TAC), ou CAT Scan em inglês, que servem para auxiliar os médicos no processo de diagnóstico de várias doenças, “tal como para avaliar a resposta ao tratamento”, explica Adriana, que está colocada na sala de urgências mas também opera em sistema ambulatório.

🌐VIU A COVID DE FRENTE

Adriana dos Santos viveu a experiência aterradora da COVID no St. Vincent’s Hospital, em Bridgeport. “No início foi um tanto assustador dada a natureza desconhecida do vírus e do comportamento da doença”, lembra. “Ninguém sabia o que era ou como se tratava; ficámos de repente sem equipamento de protecção individual e a ter de reusar as máscaras, por exemplo, sem saber se estávamos seguros ou não. Foi difícil ver as pessoas doentes e nós perante a impotência de não as poder ajudar. Era como se estivéssemos numa zona de guerra.”

Como técnica de radiologia, Adriana estava na primeira linha do combate à COVID. “Das primeiras coisas que se manda fazer a um potencial portador de COVID é um Raio X aos pulmões”, sublinha Adriana. “Lidei com doentes COVID cara-a-cara, todos os dias. As coisas hoje estão melhores, mas a situação ainda exige cuidados.”

A luso-americana, que já está vacinada contra a COVID, diz nunca se ter arrependido da profissão que abraçou. “Foi para cuidar dos outros que escolhi o que faço”, diz.

Da Flórida, nota ter saudades “dos meus pais, do meu irmão e do rancho.”

A quem quiser seguir carreira na saúde, deixa como conselho: “Entreguem-se de coração àquilo que gostam de fazer e sobretudo façam-no o melhor que puderem.”