Na cozinha deste chefe que trabalha a 42 andares do chão, está a alma de Portugal
Se inspiração própria não tivesse, o luso-americano Anthony Gonçalves poderia recorrer à vista de cortar a respiração do restaurante ‘Kanopi’, em Nova Iorque, para criar os pratos que compõem os seus menus. Afinal, poucos chefes de cozinha se podem dar ao luxo de ter um fogão no 42.º andar de uma torre envidraçada a olhar para Manhattan no horizonte…
Filho de emigrantes de Póvoa de Penafirme, Santa Cruz e Sabugal, Gonçalves fez sempre da gastronomia portuguesa ponto de partida para o processo criativo na cozi-nha, tornando-se dessa forma um dos seus maiores promotores no meio americano, em que se movimenta com grande à-vontade (entre a clientela, conta com jogadores da NBA, celebridades do mundo da música e figuras da política).
É focado na culinária das origens que volta a inovar para a criação dos dois novos menus do ‘Kanopi’, agora disponíveis no espaço de gastronomia em White Plains onde precisa de reserva para almoçar ou jantar: o menu para a tarde de chá com almoço, só aos sábados, a partir das 11:30 da manhã, e o cardápio para o jantar.
“Tem sido um processo muito gratificante, sobretudo porque, nas tardes de chá, fazemos uma homenagem à Rainha Catarina de Bragança, a quem se deve o hábito do chá das 5 na corte inglesa”, afirma o chefe Anthony Gonçalves, em entrevista ao jornal LUSO-AMERICANO. “É no fundo um serviço de chá moderno à portuguesa, no qual me inspirei na minha mulher, que é natural do Algarve. A ideia fê-la feliz e tenho certeza de que também fará todas as outras pessoas. É uma proposta diferente para quem vem ao ‘Kanopi’, onde é tudo feito por nós do zero.”
A seguir à selecção de chás com produtos de pastelaria e afins, segue-se um menu degustativo “com um toque de comida portuguesa, que estará sempre em mutação” – nota o chefe Gonçalves. “A ideia é que as pessoas regressem todas as semanas e tenham sempre opções diferentes.”
O menu de jantar, considera, “é totalmente inspirado na nova cozinha portuguesa. Graças à minha mulher, o meu lar nunca foi tão português. Cada vez estreito mais as minhas ligações ao país dos meus pais, graças também a ela.”
Para além do camarão tigre à Moçambique, todos os outros pratos são um convite o paladar da lusófonia, com todas as suas influências. “A nossa sanduíche de seteira já é um ex-livros no ‘Kanopi’”, sublinha Gonçalves.
A completar o panorama de sabores, todos os vinhos na carta do restaurante são importados de Portugal.
O ‘Kanopi’ está localizado numa unidade de hotelaria de luxo, no coração da baixa de White Plains – a pouco mais de meia hora de Manhattan – o ‘The Opus Westchester/Marriott International Autograph Collection’. A cadeia nova-iorquina renovou por completo o hotel, que agora faz parte de um portfólio global de unidades independentes de luxo.
A ida ao ‘Kanopi’, combinada com uma estadia no moderno hotel, é uma óptima proposta de fim-de-semana que vale a pena ter em consideração. Os quartos de decoração contemporânea e funcional proporcionam uma experiência única, valendo sobretudo uma subida ao 42.º andar em elevador de vidro onde o esperam o chefe Anthony e toda uma panóplia de sabores a lembrar Portugal. Com Nova Iorque à vista.
