Vistos gold estão em queda e há uma mudança na nação dos investidores
A atribuição da residência para investimento em Portugal, os chamados vistos gold, têm vindo a diminuir desde 2018. E, este ano, os números oscilam de mês para mês, mas sempre inferiores aos registados há três anos. As restrições impostas pela pandemia, as alterações legislativas, os atrasos dos serviços e a concorrência com outros países são as razões apontadas por quem trabalha nesta área para a diminuição. Mas acreditam que ainda serão concretizados muitos negócios até ao final do ano, a julgar pelos pedidos de informação. A lei muda a 1 de Janeiro de 2022.
“Houve uma diminuição significativa nos processos de vistos gold, o que não quer dizer que haja menos interesse. Temos tido muitos pedidos de informação, nomeadamente sobre o que é que vai mudar a partir de Janeiro”, explica Rita Neto, do escritório Global Lawyers, que tem uma área importante de apoio a estrangeiros.
Os cerca de seis mil milhões de euros investidos para obter uma autorização de residência foram quase exclusivamente para a compra de imóveis (90,4%). Lisboa lidera claramente as preferências. Entre Janeiro de 2020 e Maio de 2021, a capital portuguesa atraiu 1012 desses investidores, nove vezes mais que o Porto (112).
Cascais é a terceira cidade, totalizando 104 estrangeiros. A maioria dos pedidos de vistos gold vem agora dos Estados Unidos, Irão, Bielorrússia e Emirados Árabes Unidos. Existe ainda um potencial enorme de atracção de interesse e investimento no país, mas as pessoas não avançarão sem visitar e conhecer o que deve acontecer quando as economias abrirem.