ASSÉDIO SEXUAL: Futebol feminino dos EUA continua em polvorosa

As jogadoras do Washington Spirit e do Gotham FC interromperam quarta-feira, durante um minuto, um jogo da Liga Norte-Americana de Futebol (NWSL) para protestar contra os alegados casos de abusos sexuais na modalidade.

As futebolistas ficaram abraçadas à volta do círculo central, depois de terem interrompido o jogo ao minuto seis, de forma a simbolizar o número de anos que demoraram a ser denunciados os alegados comportamentos de assédio e coerção sexual do treinador Paul Riley.

De acordo com o sindicato, que apresentou uma lista de propostas para lidar com o problema dos abusos na modalidade, a interrupção do jogo “foi um acto de solidariedade para com todas as vítimas”.

A NWSL anunciou, no passado domingo, a abertura de uma investigação independente às acusações de assédio e coerção sexual ao treinador Paul Riley, e nomeou um comité executivo para dirigir o campeonato principal.

A investigação surgiu depois de a revista especializada ‘The Athletic’ ter reportado, com testemunhos de duas antigas jogadoras, uma prática consistente de assédio e coerção sexual do antigo técnico Paul Riley.

A federação norte-americana suspendeu a licença de Riley após a reportagem sair, com acusações das antigas jogadoras Sinead Farrelly e Mana Shim, com abusos que começaram em 2011 e foram continuando ao longo dos anos, no caso da primeira.

Riley terá assediado Shim nos Portland Thorns, que treinou em 2014 e 2015, numa carreira em que passou por várias equipas norte-americanas e em que foi considerado o Treinador do Ano em 2011, 2017 e 2018.

A ‘onda’ gerada pelas denúncias levou terça-feira à demissão do director executivo dos Washington Spirit, Steve Baldwin, que deixou ainda a posição de sócio gerente daquele emblema, explicando que o fez após um pedido das jogadoras, além de um outro feito pelo grupo oficial de adeptos, que prometeu fazer ‘greve’ ao apoio no estádio até que vendesse a sua parte.

O antigo director indicou que o presidente Ben Olsen assumiu o controlo das operações do clube, no qual o treinador Richie Burke tinha sido despedido após uma reportagem do ‘Washington Post’ ter denunciado uma cultura de abuso verbal e emocional de jogadoras.