‘TROOP 101’ IGREJA N.ª SR.ª DE FÁTIMA: A CAMINHO DOS 45 ANOS, PREPARANDO A JUVENTUDE PARA A CIDADANIA
Por HENRIQUE MANO | Jornal LUSO-AMERICANO
É numa sala repleta de prémios e troféus que todas as sextas-feiras se reúne o grupo de escoteiros ‘Troop 101 Igreja N.ª Sr.ª de Fátima de Elizabeth’. Como a designação indica, o grupo está agregado à paróquia portuguesa desta cidade do estado de New Jersey, onde surgiu há 44 anos.
Na última reunião, na passada sexta-feira, comemorou-se o aniversário de um dos escoteiros, Nick Rodrigues, que completava 17 anos; escoteiros e pais cantaram o ‘parabéns a você’ em inglês e português e o jovem luso-americano apagou as velas de um bolo a assinalar a data. É assim o ambiente que se vive na ‘Troop 101’ – de camaradagem e amizade.
Mas os escoteiros têm como missão muito mais: educar os jovens para desempenharem um papel activo na sociedade, através de um método único de educação não-formal, assente num sistema de valores e visando a construção de um mundo melhor. O que se quer é que estes escoteiros da ‘Troop 101’ assumam um papel construtivo na sociedade, de cidadania participativa, responsável, tolerante e de respeito pelo ambiente.
Quem conhece bem estes valores, e por eles se bate, é Tony Rodrigues. Este emigrante de Nelas, Beira Alta, hoje com 52, tinha 9 anos quando chegou à América e aos 11 já era escoteiro, enquadrado na tribo ‘101’. “Entrei por influência de amigos que fiz na comunidade portuguesa de Elizabeth”, conta, em entrevista ao jornal LUSO-AMERICANO. Estava longe, na altura, de imaginar que, um dia, tornar-se-ia no apenas 3.º ‘scoutmaster’ (dirigente dos escoteiros) na história da ‘101’ – sucedendo a Jaime Miguel (1.º) e John Livres (2.º). “Sempre gostei de acampar e de todas as actividades ao ar livre dos escoteiros”, revela Rodrigues, que acabou por estar quatro anos na tribo e depois se afastou – até, mais tarde, se tornar pai.
“Desde muito jovem que tentei convencer o meu filho Nick a juntar-se aos escoteiros”, diz. “Por volta dos 12 anos, finalmente quis experimentar; hoje tem 17 anos e continua com o mesmo entusiasmo.”
Tony Rodrigues tornou-se ‘scoutmaster’ no início do ano passado, depois de ter estado como assistente de John Livres durante vários meses. “Apesar de me ter passado a bola, aceitou ficar como meu assistente.”
No seio da estrutura escotista do estado de New Jersey, a tribo ‘101’ integra o ex-distrito ‘Munsee’, agora ‘Patriot’s Path Council’. O distrito ‘Pioneer’ congrega 78 unidades, perfazendo um total de 2633 escoteiros.
O ‘scoutmaster’ é o dirigente da tribo, a quem cabe a tarefa de orientar os escoteiros, aprovar as actividades escolhidas e servir de elo de ligação à comissão de pais. Os escoteiros acampam, em tendas ou cabines, escalam, fazem acções de angariação de fundos, ajudam na limpeza de parques e desenvolvem iniciativas de carácter comunitário, “sempre em prol do bem” – nota Tony Rodrigues.
Chegar ao estatuto de ‘Eagle’ “é algo muito especial”, reconhece o ‘scoutmaster’. “Poucos chegam lá. Nós, aqui na ‘101’, temos registado uma média de pelo menos um ‘Eagle’ por ano. Neste momento temos dois e estamos à espera que outros três recebam essa honraria.”
Aos 11 anos já se pode ser escoteiro, mas, quem não chegar a ‘Eagle’, aos 18 termina a sua missão, a não ser que se torne dirigente adulto.
Dos 12 escoteiros agora na tribo ‘101’, apenas um não tem ligação a Portugal – muito embora as origens lusas não sejam um requisito para se juntar à ‘troop’, lembra Rodrigues.
Se estiver interessado em ver o seu filho juntar-se à ‘Troop 101’ de Elizabeth, NJ, pode enviar email para: [email protected] ou ligar para (908) 494-2289.