Casa de ex-mulher de Sócrates também foi alvo de buscas. Sócio de Carlos Santos Silva teve outra visita
A casa de Montemor-o-Novo da ex-mulher de José Sócrates foi um dos alvos das buscas levadas a cabo por elementos da PSP por ordem do Ministério Público. Também foi feita uma busca em Leiria, na casa do administrador do Grupo Lena, que é sócio do arguido Carlos Santos Silva.
Estas buscas foram realizadas na última quinta-feira, o dia em que foram detidos três arguidos do processo: o empresário Carlos Santos Silva, que trabalhou no Grupo Lena, o advogado Gonçalo Trindade Ferreira e o motorista João Perna.
A casa da ex-mulher de José Sócrates, Sofia Fava, está localizada numa herdade na freguesia de São Cristóvão. E foi um dos alvos escolhidos pelo procurador Rosário Teixeira, e aprovado pelo juiz Carlos Alexandre, para ser passado a pente fino por elementos da PSP e da Autoridade Tributária. Sofia Fava vive em Lisboa e esta casa funciona como segunda habitação.
“Não me apercebi de nada e há muito tempo que eles não vêm cá. Eu acho que a casa até é do actual companheiro dela”, disse uma comerciante de São Cristóvão ao Observador, que preferiu manter o anonimato.
Na investigação, o nome de Sofia Fava e de uma amiga dela são referidos como as pessoas a quem José Sócrates recorria para “atingir os seus fins”, à semelhança do que fazia com o motorista João Perna – que alguns jornais avançaram deslocar-se a Paris de carro para levar dinheiro ao ex primeiro-ministro.
Da lista de buscas a fazer constou ainda a casa do administrador do Grupo Lena, António Barroca Rodrigues. Elementos da PSP revistaram a casa no centro de Leiria também na quinta-feira, mas tinham apenas um mandado de busca. Não havia qualquer mandado de detenção em nome do administrador. Foi apreendida diversa documentação. Entre os papéis apreendidos há movimentos bancários e de compras de acções.
António Barroca Rodrigues é sócio do amigo de José Sócrates, Carlos Santos Silva, também arguido no processo, na empresa XMI – Management & Investments S.A. – uma empresa que presta serviços ao Grupo Lena.
A documentação apreendida serve de prova e poderá determinar o futuro do inquérito: termina com arguidos formalmente acusados ou com um despacho de arquivamento?
O processo em fase de inquérito investiga crimes de corrupção, branqueamento de capitais e fraude fiscal.