Rendição dos soldados ucranianos em Azovstal faz as delícias da propaganda de Putin
A rendição das forças ucranianas na central metalúrgica Azovstal, em Mariupol, domina a cobertura jornalística da guerra na Rússia este fim de semana. Desde sexta-feira à tarde que os órgãos de comunicação estatais dão conta da capitulação do batalhão que aguentou quase três meses nas instalações daquela cidade portuária do sul do país, no mar de Azov, tornada símbolo da resistência à invasão russa da Ucrânia.
A agência oficial Tass escreve que o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, “comunicou ao Presidente Vladimir Putin o fim da operação na Azovstal e a libertação completa de Mariupol”. Shoigu proclamou vitória e indicou que centenas de combatentes do batalhão Azov se tinham rendido, quase 2500 desde 16 de Maio. O porta-voz do Ministério, major-general Igor Konashenkov, anunciou, num comunicado reproduzido pelos títulos estatais, que “o dito ‘comandante’ dos nazis de Azov foi transferido da central num veículo blindado especial, devido ao ódio dos habitantes de Mariupol por ele e ao desejo de o executar pelas suas numerosas atrocidades”.
A mulher do comandante em causa, Denys Prokopenko, falou com o Papa Francisco na semana passada, pedindo a sua intervenção para retirar o marido e outros guerreiros da Azovstal.
As agências de televisão exibiram imagens dos combatentes ucranianos, revistados pelas forças russas e obrigados a despirem-se da cintura para cima para mostrarem as suas tatuagens.