CANTORA LAUREN REGRESSA AOS EUA, ONDE NASCEU, E FALA DOS SEUS PLANOS DE CARREIRA
Por HENRIQUE MANO | News Editor | Nova Iorque
Mais de uma década depois de ter ido viver com os pais para Portugal, a cantora luso-americana Lauren regressou pela primeira vez aos Estados Unidos. Tendo saído com apenas 7 anos da América, foi, para si, a descoberta de todo um maravilhoso mundo novo, onde se imagina, um dia, a estudar e até a fazer carreira – em cima do palco ou fora dele.
“Decidi vir para visitar a minha família e ver algumas faculdades onde poderei fazer o meu mestrado”, afirma Lauren, 19, em entrevista exclusiva concedida ao jornal LUSO-AMERICANO em Manhattan. “Aproveitei para passear um bocado, fui até à Flórida, estive em Newark e agora estou em Kenilworth – onde tenho família.”
Lauren parece, por agora, ter encontrado no jazz um ponto de partida para a sua formação musical formal, “mas com o tempo”, avisa, “ainda vou perceber se quero mesmo fazer só jazz ou um curso um bocado mais abrangente, mas sempre relacionado com música.”
A cantautora (Lauren também compõe) tem raízes vincadas no Ironbound, tendo nascido no Hospital Saint James, mas cresceu no vizinho município de Kearny. Por decisão dos pais, aos 7 viu-se a recomeçar a vida em São Pedro do Sul, Viseu, onde tinha família: “a adaptação a Portugal foi fácil porque, para além de ser muito extrovertida quando era pequena, em nossa casa falávamos português e a língua não constituiu barreira para mim.”
A música acontece de forma natural e, aos 13 anos, grava um álbum de fado, mostrando uma inclinação precoce para os palcos. Não sendo, assim, de admirar que, aos 15, optasse por fazer a escola secundária em Aveiro, onde começa a estudar música clássica e, mais à frente, jazz.
Aos 18, dá o salto para Lisboa, onde agora segue Jazz e Música Moderna na “Lusíada”; esperam-na mais dois anos de aulas e, se os seus planos baterem certo, a Manhattan School of Music poderá vir a tê-la como aluna. “Também visitei a Juilliard e a New School, mas estou mais inclinada para a M.S.M.”, diz.
Com um mestrado obtido nos EUA, “vou ter mais possibilidades de fazer trajectória onde quiser” – raciocina – “mas vai depender um bocadinho do meio em que eu estou e dos músicos e produtores da minha equipa, incluindo do tipo de contrato ou não que possa vir a ter. Sinto que estou em casa tanto aqui como em Portugal.”
Plano B? Dar aulas. “Para isso é importante a formação académica, ter um diploma nas mãos”, reconhece.
Por enquanto, à margem dos estudos, vai gravando (e lançando) singles sob a chancela da etiqueta musical “Full of Stars”; já soma quarto e, ao chegar ao 12.º, espera pôr no mercado o seu 1.º álbum.
Assumindo ter na nova-iorquina Lana del Rey e no português Pedro Abrunhosa algumas das suas referências, nota: “O que mais me apaixona no jazz são as progressões harmónicas, dão imenso brilho às composições e tornam as canções mais emotivas. Creio que dá para transferir isso para um registo mais música ligeira.”
Apesar de já dominar o piano, Lauren quer acrescentar ao “currículo” a guitarra. “Acho que é um processo que vai levar algum tempo, porque ainda não tenho muita agilidade”, afirma.
Já de regresso a Portugal, do reencontro com a terra onde nasceu leva a determinação em voltar a atravessar, um dia, o Atlântico, para voos mais altos. É que, para Lauren, os céus é o limite.
