“Reforma da imigração vai custar a Casa Branca aos republicanos em 2016”
Congressistas democratas estão a alertar para o facto de a oposição republicana ao projecto de imigração de Barack Obama poder custar a Casa Branca aos GOP em 2016.
“Precisamos de colocar a questão numa perspectiva de consequência. Em Novembro de 2016, os republicanos podem torcer a orelha,” disse o Rep. Luis Gutiérrez (D-Ill.) “Os republicanos podem ter ganho o congresso e o senado mas nunca vão ser um partido nacional, se continuarem a virar as costas à comunidade imigrante,” referiu.
Os líderes republicanos apresentaram recentemente uma série de propostas contrárias às acções tomadas por Obama nos últimos anos para renovar as suas políticas de imigração com vista a manter as famílias unidas.
Uma acção republicana pretende bloquear a suspensão das deportações e as autorizações de trabalho para cerca de 5 milhões de imigrantes que vivem ilegalmente no país. Uma outra proposta dos GOP visa terminar o programa de acção diferida de 2012, que permite aos pais das crianças que vieram para os Estados Unidos de trabalharem legalmente no país.
Fontes republicanas dizem apontam o dedo “a um Presidente que já várias vezes abusou do seu Poder para contornar e as disposições institucionais fora do âmbito do Congresso.”
“Estamos a lidar com um presidente que tem ignorado as pessoas, ignorado a Constituição, e até mesmo as suas próprias declarações”, disse o porta-voz da maioria,, John Boehner (R-Ohio) num discurso que foi mais um ataque à política de Barack Obama.
Os democratas vieram em defesa de Obama, argumentando que o presidente agiu dentro da sua autoridade e convidaram os republicanos a trabalhar numa legislação abrangente de reforma da imigração que eliminaria a necessidade de acções executivas.
Os GOP aprovaram as acções republicanas que, entretanto, não devem passar no Senado uma vez que será necessário obter 60 votos necessários para que seja lei. E no Senado há também senadores republicanos moderados que aceitam a reforma imigratória apresentada por Obama. Além disso, a Casa Branca ameaçou vetar o pacote se o mesmo incluir alterações que comprometam as acções executivas de Obama.
Mas os democratas advertem que, para os republicanos, o dano político está feito, o que é suficiente para afundar a imagem dos GOP aos olhos dos eleitores imigrantes em 2016.
“É uma oportunidade para os democratas (e) para as nossas comunidades e para os eleitores americanos que ficaram em casa, em Novembro – de acordar”, disse a Rep Norma Torres (D-Calif.), natural da Guatemala.
Os líderes nacionais do Partido Republicano há muito tempo que alertam os republicanos do Congresso sobre uma reforma abrangente da imigração que poderá solidificar o voto hispânico para os democratas, ameaçando as possibilidades dos republicanos em 2016 – se tivermos em conta que o voto hispânico nas eleições de 2012 foi de cerca de 70% para Obama.
Como resposta, Boehner e outros líderes republicanos até pareceram dispostos a seguir em frente com uma reforma da imigração muitos meses depois de o Senado ter aprovado um projecto de lei de reforma abrangente, com amplo apoio bipartidário. Para iniciar esse esforço, os republicanos lançaram um conjunto de “princípios” de reforma destinada a reger o debate sobre a questão e aliviar as preocupações conservadoras que o Congresso está a ser brando no caso dos ilegais.
Mas não funcionou. Em vez disso, os republicanos conservadores revoltaram-se, em parte devido a uma disposição que permite aos imigrantes ilegais de permanecerem no país e trabalhar sem receio de deportação.