Secretário de Estado debaixo dos holofotes por contrato celebrado com município
O Chega vai propor a audição na Assembleia da República do secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, Miguel Alves, que está a ser investigado por um contrato-promessa que celebrou quando era presidente da Câmara de Caminha.
Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, André Ventura anunciou também que o partido questionou o gabinete do primeiro-ministro “sobre a manutenção em funções do secretário de Estado Miguel Alves e sobre as condições de natureza política para a sua sustentabilidade no cargo”.
“Temos um secretário de Estado que é um dos homens fortes do primeiro-ministro, e por consequência um dos homens fortes do Governo, que é suspeito não de ilícitos comuns, banais, mas de ilícitos de natureza económico-financeira”, a-pontou o líder do Chega.
André Ventura considerou também que “um político envolvido em suspeitas deste tipo não se pode escudar no segredo de justiça. Tem que ir a público e dar os esclarecimentos que têm de ser dados sobre situações tão graves como as que estão em causa”.
“Os políticos têm uma especial responsabilidade de informação quando são envolvidos, bem ou mal, neste tipo de processos”, defendeu, considerando que o secretário de Estado “deveria ter dado explicações sobre os processos que o envolvem”, mas “não o fez”.
Ao final da manhã, também o PSD anunciou que vai pedir a audição do secretário de Estado.
Em causa está a construção de um Centro de Exposições Transfrontei-riço em Caminha, no distrito de Viana do Castelo, uma obra que ainda não começou depois do contrato-promessa entre o promotor e a autarquia ter sido assinado em 2020.
O Público noticiou, na edição de 26 de Outubro, que a autarquia de Caminha fez um “adiantamento duvidoso” de 300.000 euros para o projecto em questão, autorizado pelo agora secretário de Estado Ajunto do primeiro-ministro, quando liderava aquele município.