Actriz Taraneh Alidoosti detida por autoridades iranianas, acusada de promover motins no Irão
No início de Novembro, Taraneh Ali-doosti juntou-se ao movimento de protesto que tem crescido no Irão desde a morte de Mahsa Amini, a 16 de Setembro, três dias depois de ter sido detida pela polícia dos costumes, por violar o rigoroso código de vestuário das mulheres da República Islâmica.
A atriz prometeu ficar e “pagar o preço” necessário para defender os seus direitos e anunciou a sua intenção de deixar de trabalhar para apoiar as famílias dos mortos ou presos na repressão exercida pelas forças de segurança para travar os protestos.
“Eu fico aqui e não tenho intenção de sair”, disse a atriz de 38 anos numa publicação no Instagram, quando milhares de pessoas, incluindo figuras da cultura, já tinham sido detidas na repressão dos protestos.
Esclarecendo não ter qualquer passaporte, além do iraniano, nem residência no estrangeiro, a conhecida atriz e activista dos direitos das mulheres e dos direitos humanos no Irão prometeu então ficar “ao lado das famílias dos prisioneiros e dos mortos”, lutar pela pátria e “pagar o preço” que fosse preciso “para defender” os seus direitos.
“Acima de tudo, acredito naquilo que estamos a construir hoje em conjunto”, acrescentou, na altura, Taraneh Alidoosti.
No sábado passado, dia 17 de Dezembro, as autoridades iranianas detiveram-na, acusando-a de espalhar falsidades sobre os protestos.
Esta detenção surgiu uma semana depois de Taraneh Alidoosti ter divulgado na rede social Instagram uma mensagem a expressar a sua solidariedade para com um homem de 23 anos recentemente executado por alegados crimes cometidos durante os protestos no país.
De acordo com os ‘media’ estatais, Alidoosti foi detida por não ter apresentado “nenhum documento que comprovasse as suas denúncias”.
“O seu nome era Mohsen Shekari. Cada organização internacional que assiste a este derramamento de sangue e não age é uma vergonha para a Humanidade”, escreveu.