ÁFRICA DO SUL: Portugueses atingidos por onda de raptos

Uma nova onda de crimes de sequestro está a sacudir a comunidade portuguesa residente na África do Sul, com dezenas de pessoas raptadas nos últimos meses, particularmente gestores, comerciantes e homens de negócios.

Na última semana, pelo menos dois empresários foram raptados dos seus estabelecimentos comerciais, um na segunda-feira e outro na quinta-feira, e um terceiro foi morto a tiro, na manhã de sexta-feira, após uma tentativa de sequestro fracassada no centro da cidade de Joanesburgo, a capital económica do país africano.

O Fórum Português da África do Sul, uma organização não-governamental luso-sul-africana em Joanesburgo, relatou à agência Lusa um outro incidente que ocorreu recentemente, em que a mulher de um empresário madeirense foi morta a tiro quando acompanhava, num segundo veículo, o marido de regresso a casa no final de um dia de trabalho.

Um cidadão português residente em Joanesburgo, que solicitou o anonimato, disse à Lusa que recentemente um familiar, residente na capital moçambicana, Ma-puto, foi raptado juntamente com a esposa, após atravessarem a fronteira no caminho para Joanesburgo.

O casal foi sequestrado na autoestrada por seis criminosos, disfarçados de agentes da polícia sul-africana, e levado para um bairro informal no nordeste do país, indicou.

Segundo a polícia sul-africana, as províncias do país mais afectadas pelo crime de sequestro são Gauteng (51,7%), onde se situa Joanesburgo e Pretória, a capital do país, e KwaZulu-Natal (1,4%), que faz fronteira com Moçambique, e onde se situa a cidade portuária de Durban.

A maioria dos incidentes tem ocorrido em Gauteng, o epicentro dos sequestros e da elevada criminalidade no país, segundo a polícia sul-africana (SAPS, na sigla em inglês).

Dados oficiais, consultados pela Lusa, indicam que, só no último trimestre de 2023, a polícia sul-africana registou 4.577 raptos no país, um aumento de 11% (mais 453 casos) comparativamente ao período homólogo do ano anterior.